O príncipe da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, mobilizou o Exército do reino em resposta a rumores de que membros da família real estão planejando derrubá-lo por meio de um golpe, segundo reportagem do jornal inglês Daily Mail.
Tropas e equipamentos militares foram transferidos do leste e oeste da Arábia Saudita para a capital Riyadh enquanto o príncipe herdeiro participa da cúpula do G20 na Argentina.
O rearranjo militar pode ser um movimento preventivo para impedir que algo aconteça enquanto o MBS está no exterior.
Em entrevista o príncipe saudita dissidente, Khalid bin Farhan al-Saud, afirmou que um golpe real está em andamento, e que a oposição está se mobilizando contra o mandatário. Khalid, que vive exilado na Alemanha, disse que um grupo de oposição se formou na Arábia Saudita com um objetivo: derrubar Mohammad bin Salman.
Segundo ele, o estilo de governo do príncipe herdeiro é “ignorante e ilusório”. Também afirmou que se a família real e “outros países” decidirem se mover contra o rei Salman e o príncipe herdeiro, uma onda de violência provavelmente ocorrerá já que o reino saudita é governado com “métodos ignorantes e bárbaros”.
“Espero que haja um golpe brando que derrube o estado profundo [deep state] e assuma o controle de importantes instituições de segurança, e então derrube o príncipe herdeiro e o rei.”
Suas palavras confirmam que há uma crescente conspiração entre os membros da Câmara de Saud para garantir que MBS não se torne rei quando o rei Salman, de 82 anos, morrer.
Ao contrário das monarquias europeias, a Casa de Saud é composta de centenas de príncipes, com a linha de sucessão definida por linhas tribais, em vez de ir automaticamente para o filho mais velho.
Cada ramo da dinastia é consultado antes que um novo rei assuma, mas como o príncipe herdeiro é agora o governante de fato, uma tentativa de removê-lo da equação provavelmente teria conseqüências violentas.
O candidato preferido da oposição é o príncipe Ahmed bin Abdulaziz, irmão mais novo do rei Salman e tio de Mohammad bin Salman. O príncipe Ahmed era uma das três únicas pessoas no Conselho de Allegiance, formado pelos membros mais graduados da família, que se opunham a que o MBS se tornasse príncipe herdeiro em 2017, disseram duas fontes sauditas na época.
