Brasil

General Augusto Heleno quer rever venda da Embraer à Boeing

Em matéria publicada pela Agência Reuters, o futuro ministro da Defesa de Bolsonaro afirmou que é preciso ver os termos do acordo que vende a principal divisão da Embraer para a americana Boeing: “O acordo tem que ser favorável, tem que ser alguma coisa que seja vantajosa para o país”, disse o general. As ações da empresa caíram meio por cento na Bolsa.

Ricardo Brito e Rodrigo Viga Gaier (Agência Reuters)*

A compra da principal divisão da Embraer (EMBR3.SA) pela norte-americana Boeing (BA.N) parece ser positiva ao Brasil, e o acordo das duas empresas pode ser assinado ainda no governo do presidente Michel Temer, apesar de a equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) querer conhecer os detalhes da operação, disse nesta segunda-feira o futuro ministro da Defesa, o general da reserva do Exército Augusto Heleno.

Na semana passada, o atual ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, disse à Reuters que a equipe de transição seria apresentada à transação. Ele afirmou na ocasião que a operação seria apresentada ao presidente eleito para se tentar viabilizar a formalização do negócio o mais breve possível.

Nesta segunda-feira, Heleno disse que “tem que ver os termos desse acordo, o acordo tem que ser favorável, tem que ser alguma coisa que seja vantajosa para o país”, afirmou Heleno.
Questionado se seria prudente esperar o novo governo assumir para dar aval para o negócio, Heleno disse que o atual governo tem legitimidade para isso. “Não é porque o governo está saindo que não pode tomar nenhuma atitude. O governo termina no dia 31 de dezembro”, disse Heleno.

“Tudo vai depender” do entendimento dos envolvidos no processo, acrescentou o futuro ministro em entrevista no saguão de hotel que fica a 300 metros da casa de Bolsonaro, no Rio de Janeiro, e se transformou em uma espécie de quartel-general da campanha.

Perguntado sobre a necessidade de criar salvaguardas diante de eventual transferência de tecnologia da Embraer para a Boeing, Heleno afirmou que “transferência de tecnologia é uma coisa às vezes muito prometida e às vezes não acontece, mas é exatamente por uma falta de participação efetiva dos dois interessados. Se os dois interessados tiverem uma participação efetiva, acontece a transferência de tecnologia”.

A Embraer assinou em julho um memorando de entendimento com a Boeing para formação de joint venture que vai envolver a área de aviação comercial da fabricante brasileira. O documento avalia as operações de aviação comercial da companhia brasileira em 4,75 bilhões de dólares. A Boeing terá 80 por cento da companhia resultante da transação, uma parcela avaliada em 3,8 bilhões de dólares.

As ações da Embraer recuaram 0,5 por cento às 13h38, cotadas a 19,53 reais. No mesmo horário, o Ibovespa. BVSP mostrava desvalorização de 0,9 por cento.

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