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Roger Waters: “O futuro do Brasil deveria ser construído em cima do que Moa acreditava”

Em discurso na Bahia para mais de 28 mil pessoas Roger Waters homenageou Moa, assassinado por um bolsonarista, e pediu respeito aos direitos humanos. Leia a tradução aqui:

Moa foi brutalmente assassinado a facadas no primeiro turno das eleições presidenciais. Eu sei que muitas pessoas vão sentir a falta dele aqui na Bahia e no mundo inteiro. Ele era ótimo um ótimo exemplo para todos nós em espalhar amor, humanidade e coragem.

O futuro do Brasil deveria ser construído em cima do que ele (Moa) acreditava e não em cima do que alguns outros acreditam.

Vocês têm que decidir o segundo turno das eleições em menos de duas semanas e se vocês acreditam nos direitos humanos, se vocês acreditam em direitos humanos iguais, não só no Brasil mas em todo o mundo, independentemente de religião, cor, nacionalidade, o que seja. Nós somos todos iguais e nós somos todos irmãos e irmãs.

Depois de toda essa emoção eu me lembro dessa música… Eu nunca toquei essa música em público antes, nós vamos tocar pela primeira vez esta noite aqui em Salvador.

Não é uma música nova, é antiga, eu escrevi há trinta anos em um álbum do Pink Floyd chamado “The Final Cut” e a música se chama “Two Suns in the Sunset”. Vamos ver como que sai.

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  1. Avatar

    Ulysses Guimães, com sabedoria, há mais 30 anos fez a clara distinção entre velhos e velhacos. Envelhecer com dignidade e coerência não é missão fácil. É muito comum o envelhecimento tornar as pessoas insensíveis, rancorosas, vingativas, duras e mesmo más. Na Política, nas Ciências, na Academia, nas Artes é fácil encontrar quem envelheceu mal. No Brasil atual são vários os personagens da política e de outras áreas que chegam ao crepúsculo vida pelo caminho das trevas, do mal e do obscurantismo: FHC, José Serra, Aécio Cunha, Geraldo Alckmin, Cristovam Buarque, Marina silva, Joaquim Barbosa, Roger Moreira, Lobão, Pedro Simon, Ibsen Pinheiro, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Luiz Edson Fachin, Dias Toffoli, Rodrigo Janot, dentre vários outros personagens da vida pública e artística.

    Roger Waters é de outra cepa. Compositor de letras e melodias inspiradas desde a juventude, esse inglês que perdeu o pai na 2ª guerra, quando tinha apenas 5 anos de idade, sempre foi crítico do capitalismo e do sistema político opressor que viabiliza esse regime econômico excludente e concentrador da riqueza. Muito bem sucedido em sua carreira artística, há décadas um homem rico, Roger Waters não precisaria da militância política par obter mais sucesso e recursos materiais; ao contrário, essa postura militante, até mesmo pode reduzir os ganhos econômicos e financeiros do artista. Mas Roger, à medida que o tempo passa, se torna mais sábio, mais humano e usa seu prestígio para levar a milhões de admiradores de sua música a consciência política e cidadã tão escassa nos dias atuais.

    O Brasil e e o mundo precisam de mais Roger Waters e de menos FHC. Vida longa ao músico inglês.

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      Siqueira Campos says:

      João, vc escreveu com sabedoria. E é exatamente o que penso também. Há pessoas que com o tempo vão evoluindo, outras vão recrudescendo. Roger Waters, que tive o prazer de ver em Brasília dia 13/10, com o Mané Garrincha lotado cantando com ele, numa sincronia que foi pura emoção. Ele saiu de lá bem satisfeito. E aquele final apoteótico ficará pra sempre em nossas lembranças. Gratidão para Roger por sua contribuição.

  2. Avatar

    O sujeito que vai ao show do Roger Waters; um músico que sempre foi conhecido por suas posturas políticas, um crítico mordaz do fascismo e do capitalismo, e o vaia porque ele se posicionou contra o Bolsonaro,acho que estas pessoas deveriam ter ido ao show do Gusttavo Lima, Fábio Júnior, Zezé Di Camargo.Resumindo ; um bando de reaças celebrando outros reaças! Está tudo em casa!

  3. Avatar

    Brilhantes comentários de João de Paiva. Ao sair, ainda emocionada da Fonte Nova, após esse espetáculo de Roger Waters comentava com pessoas amigas que a arte engajada tem um belo papel de informar, de formar, de educar. Infelizmente tem diminuído cada vez mais artistas com esse papel.

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