E pela primeira vez as mulheres terão um papel decisivo na eleição, com o movimento #Elenão.
Bom dia ou boa tarde. A notícia do dia evidentemente é a decisão do ministro Lewandowski de permitir que Florestan Fernandes entreviste o presidente Lula.
Estamos todos felizes com isso, mas não deixa de ser espantoso que algo que deveria ser natural e óbvio nos cause tanta alegria – sinal desse Brasil que estamos vivendo, de tantas decisões absurdas. E agora uma decisão correta nos enche de alegria.
Mas isso vem a propósito da corrida eleitoral, que já se encontra na reta final antes do primeiro turno. E sempre vale a pena lembrar o que está em jogo.
Do meu ângulo, há dois aspectos dos quais gosto de falar: soberania popular e soberania nacional. Soberania popular é a democracia, que implica não só o direito ao voto, de ser eleito, que foi no caso aqui atingido de maneira negativa pelas decisões em relação ao presidente Lula – primeiro de prendê-lo e depois de insistir e não permitir que ele fosse candidato, a despeito da decisão do Comitê da ONU, que é o órgão de tratado do pacto de direitos civis e políticos da ONU. Esse direito, que é do povo e do indivíduo, foi atingido.
Mas apesar disso temos uma chapa muito boa com Fernando Haddad e Manuela, uma chapa que país desenvolvido nenhum colocaria defeito em termos de capacitação intelectual, de capacidade de comunicação, de posições políticas, além da amplitude de ter um homem e uma mulher jovens, também é algo importante para o futuro do Brasil.
E são pessoas que vão trazer não somente o Brasil feliz de novo, mas também esperança em relação ao futuro, saber que as grandes injustiças que existem no Brasil, a discriminação racial, de gênero, de renda, que esses problemas serão atacados de frente.
Essas pessoas que compõem a chapa demonstram indignação com o que vem ocorrendo no Brasil. Temos um movimento tão importante das mulheres, o #Elenão, que é o combate ao fascismo.
Acho que o Brasil precisa ver que a batalha central é a da democracia. Nesse caso a democracia política e a democracia social se confundem porque a principal chapa que representa ambas é essa, a que tem chance de ganhar a eleição.
O outro aspecto da soberania é a nacional, que também está em jogo. O que temos visto nesse governo ilegítimo que sucedeu o impeachment é o total descaso com a soberania nacional. Vimos isso com a Embraer, Petrobras e agora com esse fato de que a Eletrobras quer vender a parcela dela na Eletronuclear, com isso diminuindo ainda mais o controle que o Brasil tem sobre esse setor tão importante, vital em todos os países para o desenvolvimento, inclusive para a segurança do país.
Talvez nunca, em tempos recentes, uma eleição foi tão obviamente vital e central para garantir que o Brasil continue a trilhar um caminho democrático para que o Brasil seja o país do qual todos nós nos orgulhamos, respeitado em toda parte, que é visto ainda como um país fundamental para a ordem mundial, um defensor verdadeiro e autêntico do multilateralismo, um defensor autêntico e verdadeiro de uma ordem mundial que não seja dominada por uma única potência.
Reconhecendo que há outros candidatos que são do nosso campo progressista, um outro candidato pelo menos, mas temos essa grande alegria de poder contar com Haddad e Manuela.
E talvez pela primeira vez na história do Brasil as mulheres tenham um papel decisivo nas eleições com esse movimento #Elenão, que é contra o fascismo, machismo, racismo e todas as formas de descriminação.
