A Corte Suprema de Manhattan anulou a intimação da empresa Monsanto contra a Avaaz, uma rede virtual de mobilização social, para que entregasse todos os documentos, e-mails, correspondência e outros materiais relacionados ao glifosato.
“Não só estamos salvos deste ataque jurídico, mas o juiz até falou à Monsanto que o que eles estavam fazendo era anti-democrático e uma tentativa de abafar as vozes de nossos membros e dos cidadãos engajados em todos os lugares”, disse a diretora da Avaaz, Emma Ruby-Sachs, que foi uma das testemunhas no processo.
A intimação foi feita como parte do processo de Ronald Peterson e Jeff Hall, que sofrem de linfoma não Hodgkin. Eles associam a doença ao uso de glifosato, uma substância química considerada “potencialmente cancerígena” pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), órgão que pertence à Organização Mundial da Saúde.
O caso foi apresentado na corte de St. Louis, Missouri. Apesar da Avaaz não ser diretamente ligada ao caso em Missouri, a organização trabalhou ativamente no passado para impedir que a União Europeia renovasse uma licença de 15 anos para o uso de glifosato, barrar a instalação da fábrica de sementes geneticamente modificadas da Monsanto na Argentina e a fusão da Monsanto com a Bayer.
O herbicida Roundup da Monsanto contém glifosato e é um dos mais utilizados no mundo. A primeira vitória contra a substância foi na Corte Suprema da California, na qual o juri decidiu que a empresa teria que pagar US$ 289 milhões para DeWayne Johnson, que está com câncer em fase terminal (linfoma não Hodgkin), contraído depois de usar o herbicida.
Na época havia ao menos 4 mil casos contra a Monsanto. Esse número dobrou desde o veredito.
