O governo da Nicarágua considerou “inaceitável” a presença de um grupo de trabalho da Organização de Estados Americanos (OEA). Por meio de um comunicado oficial, o governo de Daniel Ortega acusa a comissão de ser “intervencionista” e de agir a mando dos Estados Unidos.
“Os integrantes dessa comissão, comandada pelos EUA com o objetivo de continuar intervindo nos assuntos internos da Nicarágua por meio da OEA, não são bem-vindos em nosso país”, diz trecho da nota.
O grupo de trabalho, composto por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, EUA, Guiana, México, Panamá e Peru, foi criado no dia 2 de agosto em uma resolução aprovada por 20 dos 34 países que são membros da OEA. Bolívia, Venezuela e São Vicente e Granadinas votaram contra a a criação do grupo.
Na sessão, a delegação nicaraguense, liderada pelo ministro de Relações Exteriores, Denis Moncada, se opôs à decisão e adiantou que o país não permitiria a entrada da comissão.
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José Eduardo Garcia de Souza says:
Os tais “assuntos internos” da Nicarágua, pela conta mais conservadora que há (El País), já mataram 351 opositores do regime do Ortega – que, aliás, está cada vez mais igual ao do Somoza. Se formos pela conta da ANPDH (Associação Nicaraguense de Proteção de Direitos Humanos), já ascende a 448. O jornal “La Prensa” informou que 399 mortos já foram devidamente identificados. Entre as vítimas, 426 são homens e 26 são mulheres. A capital, Manágua, teve o maior número de assassinados: 189. Masaya registrou 55 e Matagalpa, 32.