Brasil

José Arbex: sem Lula, qualquer “plano b” ou c ou d é pura ficção

A direita brasileira acabou de consolidar o golpe quando fecharam questão em torno da candidatura de Geraldo Alckmin, o chamado “centrão”.  Por que isso significada a consolidação do golpe? Por uma razão bastante simples: agora eles vão ter 40% do tempo de televisão.  Por que isso é importante? É importante porque a grande mídia, a mídia corporativa, a mídia dos patrões, é o grande partido dos golpistas.

Sem a mídia não teria acontecido o impeachment de Dilma Rousseff, sem a mídia não teria sido possível prender Lula. A mídia é o grande partido deles, e eles vão ter 40% do tempo de mídia.

O que significa isso? Significa que eles vão ter uma ampla margem de manobra, inclusive para convencer o país de que está tendo eleições, quando, na verdade, não está tendo eleições. Basta ver as pesquisas de opinião. Quando os caras perguntam: Qual é a sua intenção de voto? Se o Lula não for candidato, cerca de 50% dizem que vão votar nulo ou vão votar branco, fora os indecisos que não querem nem saber o que está acontecendo.

Isso caracteriza uma situação: não vai ter eleição! As eleições são uma grande farsa, até porque, se tiver eleições e se o Lula for candidato, aí sim ele é eleito. Portanto, a condição para existir eleições de fato no Brasil é o Lula concorrer. Agora, a mídia está tentando convencer o país que haverá eleições mesmo o Lula estando preso e a esquerda está caindo nesse conto do vigário.

Quando a esquerda começa a considerar a hipótese de ter um “plano b”, “um plano c”, “um plano d”, de votar em Fernando Haddad, de votar em Ciro Gomes, de votar na mãe Joana no lugar do Lula, isso é cair no conto do vigário, é cair no conto da mídia de que vai ter eleições, quando na verdade o que está acontecendo é uma grande farsa.

Portanto, nós precisamos ser claros em relação a isso aí. Nós não aceitamos manipulações da mídia, nós não aceitamos golpes, nós não aceitamos a farsa. Se Lula não participar das eleições não haverá eleições, haverá uma farsa, e a esquerda não pode participar dessa farsa.

A única proposta correta, moralmente sustentável, ética e politicamente endereçada ao rumo certo é o seguinte: se Lula não participar, não tem “plano b”, não tem “plano c”, não tem “plano d”. Não tem Haddad, não tem Ciro, não tem nada, tem voto nulo, voto branco ou abstenção. Nós não temos que participar dessa grande farsa.

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  1. Avatar
    José Eduardo Garcia de Souza says:

    O articulista parece “esquecer” que, até a semana passada, o tal “Centrão” que ele acusa de ser a direita brasileira que agora “consolida o golpe” flertava abertamente com Ciro Gomes – e só não fechou com ele justamente pelo evidente desequilíbrio emocional de Ciro. Seria, portanto. interessante ver qual seria a sua posição caso Ciro não fosse tão destrambelhado a o “Centrão” tivesse fechado com ele.
    E no que toca a Lula, a estratégia é mais do que clara e não tem a ver com qualquer manipulação da mídia, mas sim de Lula querer porque querer apresentar-se como um “mártir eleitoral”, já que sabe perfeitamente bem que a Lei da Ficha Limpa (promulgada durante a era petista, relembre-se) automaticamente o desqualifica como candidato já que a sua redação toca em “condenação em segunda instância”. Mas Lula, é claro, prolongará esta tragicomédia até onde puder para que, após o fato consumado, histéricos como Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias abram berreiro e entoem as suas ladainhas.

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