Brasil

Jose Arbex: "O espectro de Hitler ronda o Brasil".

A gente está vendo o fantasma de Hitler sacudir o mundo inteiro e no Brasil ele da o ar da graça com gente como esse juiz que ordena esterilização forçada.

O desembargador de justiça Sergio Mazina Martins resolveu conceder habeas corpus Janaína Aparecida, aquela moça que foi presa por posse de drogas e tráfico e que foi submetida a um processo da laqueadura, isto é, de esterilização forçada, contra sua vontade.

O desembargador considerou que a pena imposta a ela foi um tanto quanto grave, convenhamos, ela pegou 12 anos e 8 meses de prisão por ter posse de 13 gramas de crack, isso significa um ano de prisão para cada grama de crack. Isso significa que é assim que funciona a justiça no Brasil. Se você é um empresário bem sucedido, com todas as conexões certas, o seu helicóptero é apreendido com 500 quilos de cocaína e o que acontece com você? Absolutamente nada. A Janaína Aparecida, por 13 gramas, pegou quase 13 anos.

Agora, esse processo, assobiado ao fato de que ela foi submetida a um processo forçado de esterilização, revela a tintura nazista que emoldura a justiça brasileira. E curiosamente a Ordem dos Advogados do Brasil nacional considerou que foi ilegal o processo de laqueadura, mas a OAB, mas os dirigentes da OAB da sessão de Mocóca, cidade onde o crime aconteceu, consideram que foi legítimo e eles argumentam: “nós fomos à prisão, falamos com a Janaina e ela diz que consentiu”.

Isso é uma piada de mau gosto, você imagina, dois advogados, doutores, muito bem vestidos chegam à prisão e encontram a pobre Janaina na aquela condição que todo mundo sabe como existem as prisõs no Brasil, e perguntam pra ela: “Janaína, você consentiu?” Imagina o terror da moça diante desse quadro. É claro que ela vai falar que consentiu, ela vai falar qualquer coisa. Se perguntarem se ela é a Marilyn Monroe, ela vai afirmar que é. Qualquer coisa que falarem pra ela. Ela está aterrorizada na condição de presa. E os advogados ousaram dizer que isso é prova de que ela consentiu na própria esterilização. Isso é uma brincadeira de mal gosto, é brincar com a tragédia da vida das pessoas e é lamentável que uma sessão da OAB, uma entidade que em outras circunstâncias prestou serviço para democracia brasileira tenha gente desse tipo, que fale esse tipo de coisa.

Agora, o Brasil está bem acompanhado nisso, estamos acompanhando a situações no mundo, nós estamos vendo Trump nos EUA separando filhos de suas respectivas famílias, porque imigrante é pobre e quem entrara nos EUA é punido e separam os filhos de suas famílias, um procedimento nazista. Nós vemos o ministro do interior da Itália, Mauro Salvini, dizer que infelizmente ele tem ainda que tolerar populações ciganas na Itália, porque o ideal é expulsar essa gente da Itália.

Então a gente está vendo o fantasma de Hitler sacudir o mundo inteiro e no Brasil ele da o ar da graça com gente como esses advogados da OAB, como esse juiz que ordena esterilização forçada, como aquilo que constitui já uma praxe da justiça brasileira. É Lamentável, mas o espectro de Hitler ronda também o nosso país.

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  1. Avatar
    José Eduardo Garcia de Souza says:

    Perdão, mas se o testemunho dos dois representantes da OAB de Mocóca não vale, já que o articulista afirma que “É claro que ela vai falar que consentiu, ela vai falar qualquer coisa. Se perguntarem se ela é a Marilyn Monroe, ela vai afirmar que é. Qualquer coisa que falarem pra ela. Ela está aterrorizada na condição de presa. E os advogados ousaram dizer que isso é prova de que ela consentiu na própria esterilização. Isso é uma brincadeira de mal(suc) gosto…”, vale a pergunta: se ela tivesse dito o contrário e afirmado que não o tinha dado, a sua condição de “aterrorizada na condição de presa” validaria tal testemunho?

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