PF sequestra cunhada de caseiro para depor no sítio – sem advogado ou mandado judicial

O irmão do caseiro do sítio de Atibaia atribuído a Lula, em depoimento à Justiça, disse que a esposa e o filho de 8 anos foram levados para depor.

Lietides Pereira Vieira, irmão do caseiro do sítio atribuído ao ex-presidente Lula, contou, em depoimento à Justiça Federal nessa quarta-feira (20), que agentes da Polícia Federal e membros do Ministério Público Federal levaram a sua esposa e o filho de 8 anos ao sítio para depor sem autorização judicial ou mandado.

O caso teria acontecido no dia 4 de setembro de 2016. Segundo o depoimento, os agentes chegaram à casa de Vieira às 6h da manhã e sua esposa, Rosilene, ficou com eles durante aproximadamente uma hora. Ela foi perguntada para quem trabalhava, ao que respondeu Fernando Bittar, o dono do sítio.

Vieira falou que o filho faz tratamento psicológico até hoje por causa do episódio.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta, denunciou o abuso cometido por integrantes da Operação Lava Jato. “Isso é sequestro. É coação de testemunha. Isto é o que nós temos denunciado nesta casa, o que acontece diariamente nesta ‘República de Curitiba’ por esses juízes e procuradores que rasgaram a Constituição e perderam o limite, perderam qualquer escrúpulo diante da sua sanha criminosa de perseguir a tudo e a todos em busca de seus objetivos”.

“Submeteram esta senhora a um interrogatório, sem a presença de advogados. Ela não foi levada para uma delegacia de polícia. Ela não foi levada para uma repartição do Ministério Público Federal. Ela foi levada de casa, por um grupo de procuradores e policiais federais, e sozinha no sítio com uma criança de 8 anos foi submetida a um interrogatório ilegal e criminoso”, continuou Pimenta, destacando que a criança chorou abraçada à mãe durante todo o depoimento ilegal, diante de policiais armados.

O ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Durán também criticou o episódio. “Isso é intimidar testemunha! Vai ter preventiva? Moro vai apurar abuso de autoridade em investigação sobre sítio de Atibaia”, escreveu no Twitter.