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Professor da Unicamp que encontrou falhas na urna eletrônica vai embora do Brasil

O professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Diego Aranha, é uma das poucas pessoas independentes, sem relação com o governo, que conseguiram colocar as mãos nas urnas eletrônicas e realizar alguns testes de invasão, buscando vulnerabilidades do sistema.
Aranha coordenou uma equipe de especialistas em um teste de segurança das urnas no ano passado, realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Durante uma audiência pública na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, ele declarou que os profissionais conseguiram mudar mensagens exibidas ao eleitor no aparelho, para induzir o voto a um candidato específico.
A luta de Aranha e de outras equipes de segurança, era caminhar para um modelo mais seguro de contagem de votos. Uma das ideias seria adicionar uma camada extra: o voto impresso. Infelizmente, essa luta sofreu um golpe duro na semana passada, quando o Supremo Tribunal Eleitoral suspendeu a implantação do voto impresso nas próximas eleições por 8 a 2. Vale notar que o uso do voto impresso foi aprovado pelo Congresso Nacional em 2015 como parte da minirreforma eleitoral.
Agora o pesquisador Diego Aranha está deixando o Brasil para dar aulas na Dinamarca, na Universidade de Aarhus. “A decisão veio de uma desilusão generalizada com o estado completamente disfuncional do país. A (in)segurança da urna eletrônica é apenas mais um exemplo infeliz”, resume Aranha sobre a mudança.
Entre as vulnerabilidades encontradas nas urnas pelas equipes de pesquisa, poderia até ser possível alterar o voto de alguém diretamente — mesmo que o tempo de análise tenha sido curto para ‘maiores’ comprovações. Ainda, também é possível ludibriar cidadãos alterando textos na tela.
No dia em que o STF reprovou o voto impresso adicional, Aranha tweetou: “Voto impresso derrubado no STF. Nenhuma surpresa, com exceção do voto do relator, cujos votos inclusive funcionam como um gerador de números aleatórios superior ao utilizado em 2012 para proteger o sigilo do voto. O Supremo Tribunal Federal acaba de suspender as provas de papel verificadas pelos eleitores nas próximas eleições. O principal argumento de apoio era o risco representado para o sigilo do voto se um mesário verificasse a cédula impressa. Esta máquina também tem uma tela grande, mas tanto faz”.
Do site Tecmundo
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