Sete países, entre os quais o Brasil, propuseram nesta segunda-feira (4) a suspensão da Venezuela da Organização dos Estados Americanos (OEA). O pedido para iniciar o processo de afastamento será votado nesta terça-feira (5) e precisa do apoio de 18 dos 35 países-membros da organização.
A proposta foi feita na abertura da 48ª Assembleia Geral da OEA, a primeira desde a reeleição do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no último dia 20. O líder venezuelano foi reeleito com 68% dos votos.
Em discurso na abertura da assembleia geral, que está sendo realizada em Washington, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, pediu apoio a um projeto de resolução suspendendo a Venezuela da instituição até a “restauração da ordem democrática no país”. Argentina, Brasil, Canadá, Chile, México e Peru apoiaram o documento de Pompeo. “A suspensão não é uma meta em si”, disse Pompeo. Segundo o secretário de Estado, a medida seria um “recado ao regime de Maduro” de que o país só será aceito pela comunidade internacional depois de realizar novas e “verdadeiras eleições” presidenciais.
Vale lembrar que o governo de Michel Temer, enquanto aponta a necessidade de restaurar a “ordem democrática” na Venezuela, é aprovado por apenas 5% da população e considerado ilegítimo por boa parte da sociedade brasileira, que considerou o impeachment da ex-presidenta Dilma Rouseff um golpe parlamentar.
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, respondeu que seu país não aceitaria ingerência externa. “O presidente da Venezuela se chama Nicolás Maduro Moros e teve 68% de apoio popular nas eleições de 20 de maio”, afirmou Arreaza. “Não nos importa se os Estados Unidos, ou qualquer outro país, não reconheçam os resultados.”
Na prática, a suspensão da Venezuela da OEA seria mais uma condenação política da comunidade internacional ao país. No ano passado, Maduro anunciou que abandonaria a OEA, em protesto contra o que chamou de complô contra o governo venezuelano.
Além da suspensão da Venezuela, Mile Pompeo pediu que os países exerçam mais pressão sobre Maduro – incluindo sanções econômicas.
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C.Poivre says:
É bom lembrar que não é a Venezuela que está sendo expulsa da OEA, o governo venezuelano é que decidiu soberanamente sair deste “ministério das colônias” há 18 meses atrás e ontem o chanceler da Venezuela participou de uma assembléia geral pela última vez, também por decisão do governo venezuelano.
pedro de A. Figueira says:
Capitalismo em crise, ou melhor, crise de civilização, também vassalagem colonial em crise. Força, o império só tem a militar. O império virou uma fábrica de destruição. Inventar uma guerra com a Venezuela é seu objetivo maior. Destruição, destruição, eis a sua única política.
Elena says:
Acho que sai o Brasil do BRICS e entra a Venezuela transformando em VRICS. Além disso, como bem disse o jornalista Pepe Escobar, os EUA é um império em declínio que, daqui a pouco, não apita mais nada. https://www.brasil247.com/pt/247/mundo/355890/Pepe-Escobar-assim-como-no-Imp%C3%A9rio-Romano-EUA-est%C3%A3o-em-decl%C3%ADnio.htm