Faltando pouco mais de duas semanas para as eleições presidenciais na Venezuela, setores da oposição venezuelana começam a desafiar o chamado da coalizão anti-chavista de boicotar o pleito. Em entrevista transmitida pelo canal venezuelano Globovisión, o deputado da Assembleia Nacional e uma das principais lideranças do partido UNT (Un Nuevo Tiempo), Enrique Márquez, afirmou que “a abstenção na Venezuela é um chamado para não fazer nada” e que não deixaria de votar no próximo dia 20 de maio. Márquez exortou o eleitorado venezuelano a também participar das eleições, e declarou seu apoio a Henri Falcón, candidato pelo partido de oposição Avanzada Progresista, a quem considera capaz de ser “um presidente de transição. ”
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Ainda que o presidente da UNT, Manuel Rosales, tenha afirmado que as declarações de Márquez não mudam a posição oficial do partido, o posicionamento do deputado, reforçado mais tarde em sua conta de Twitter, demonstra que já não há consenso claro sobre a estratégia que deverá ser seguida pela oposição. Até então, a UNT endossava a estratégia da MUD (Mesa de Unidad Democrática) de boicotar as eleições como forma de deslegitimar o pleito, abrindo espaço para o acirramento dos ataques internacionais contra a Venezuela.
Fragilizada pelos protestos violentos encabeçado pela MUD no ano passado e pela percepção cada vez mais generalizada de que tem jogado um papel ativo na deterioração da situação econômica do país, a oposição venezuelana se vê agora em uma encruzilhada. Enquanto alguns porta-vozes insistem em pedir intervenção internacional, outros já começam a perceber que, sem o apoio popular, não conseguirão retomar o poder.
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