A Lei do Ensino Médio é um golpe mortal na educação brasileira

Eu já tratei disso aqui, mas vou tratar de novo, porque o assunto é quente e exige a nossa mobilização.
Em fevereiro do ano de 2017, o governo federal, o governo Temer, aprovou – a partir de uma Medida Provisória no Congresso Nacional – a lei da Reforma do Ensino Médio.
De lá pra cá, nós temos sido bombardeados todos os dias por uma intensa propaganda governamental, dizendo que a Lei do Ensino Médio já é realidade, que o ensino médio já teria se modificado no Brasil e que todos o aprovam, “70% aprovam”. Algo que não existe porque essa lei ainda não foi implementada.
E mais, quero dizer que essa lei não pode ser implementada e a nossa luta deve ser pela revogação da Lei do Ensino Médio. Ela pode representar um golpe mortal no já combalido ensino médio brasileiro.
Entre os problemas mais graves trazidos por essa Lei do Ensino Médio está a ideia, que é falsa, que o jovem brasileiro terá opções. Na realidade, cinco opções. Ele poderá, a partir de um certo momento escolher se vai se dedicar a Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Matemática, Linguagens ou Educação Profissional.
Só que mais da metade dos municípios brasileiros têm nenhuma ou uma escola de ensino médio. Essas escolas em geral são escolas públicas onde não há professores de química, não há professores de física, não há professores de geografia e nem de história. Quer dizer, o ensino médio brasileiro vai mal. Dizer que há opções, certamente não há opções.
Porque ligada a ideia de Lei do Ensino Médio nós não temos nenhuma providência de investimento. Aquilo que pode fortalecer a escola, valorizando os professores, valorizando os espaços escolares e portanto dando de fato oportunidades educacionais.
Essa Lei do Ensino Médio, a ideia de ter opções, até que é uma ideia boa. Mas da maneira que ela vem sendo trazida, principalmente pela propaganda governamental, cria uma ilusão na juventude e vai gerar uma frustração. Porque vamos verificar logo mais que as chamadas cinco alternativas, cinco opções, na realidade se traduz em opção nenhuma.
A opção que nós devemos lutar e defender é uma escola de boa qualidade para todos. O que exige vontade política, investimentos continuados em matéria de educação para valorizar todas as condições educacionais.
Revogar a Lei do Ensino Médio, portanto, é a proposta que eu faço. Uma bandeira que deve ser discutida, principalmente nesse ano eleitoral onde nós vamos escolher deputados federais, senadores, enfim. Vamos escolher presidente da república. A revogação da Lei do Ensino Médio é uma atitude que se exige neste momento para o nosso país.
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