“Apesar de continuar achando que não sou notícia”, disse Frias ao Nocaute, “não tenho divulgado, mas tampouco tenho ocultado minha condição clínica.”
O problema é grave, mas foi localizado em tempo compatível com tratamento capaz de curar a doença. Otávio foi submetido a sessões de quimioterapia no final do ano passado:
– No início deste ano, passei por cirurgia (via laparoscopia) para remoção do tumor, que foi bem sucedida. Na fase atual, estou recebendo, de acordo com o protocolo do tratamento, doses periódicas de reforço de outro medicamento quimioterápico.
Embora tenha submetido sua rotina profissional a algumas mudanças, Frias continua à frente do jornal, segundo afirmou ao Nocaute:
– Não tenho ido à Folha nos dias em que há medicação e nos dois ou três dias subsequentes, dado que o quimioterápico provoca alguma náusea e dor de cabeça. Mantenho contato diário, por telefone e e-mail, com o jornal. Tenho dedicado algum tempo a retomar a feitura de um livro de ensaios que estava na gaveta.
Quem é Otavio Frias Filho
Otavio Frias Filho nasceu em São Paulo em 1957. Filho mais velho de Octavio Frias de Oliveira, empresário que comprou em 1962 a empresa que edita a Folha, Frias Filho começou a atuar no jornal em 1975, escrevendo editoriais e assessorando o jornalista Cláudio Abramo, que dirigia a Redação.
Nessa época, participou da reforma editorial conduzida por Octavio pai e Abramo, na qual as páginas da Folha foram abertas a políticos e intelectuais de todas as tendências, aproveitando o início de abertura política. A linha pluralista trouxe prestígio à Folha e a aproximou da sociedade civil.
No final de 1983 a Folha foi o primeiro veículo da grande imprensa a encampar a embrionária campanha pelas Diretas Já.
Otavio é responsável pela direção editorial do jornal desde 1984. Seu irmão, Luiz Frias, é o presidente do grupo, enquanto sua irmã, Maria Cristina Frias, é jornalista e edita a coluna “Mercado Aberto”, no jornal. Também publicou uma coletânea de textos jornalísticos em 2000 – De Ponta-cabeça (Editora 34) -, extraídos da coluna semanal que manteve na Página Dois da Folha entre 1994 e 2004.
É autor de um de peças teatrais e teve quatro delas encenadas: “Típico Romântico” (1992), “Rancor” (1993), “Don Juan” (1995) e “Sonho de Núpcias” (2002). Publicou em 2003 “Queda Livre” (Companhia das Letras), livro de ensaios que condensa reportagem, autobiografia e observação antropológica. É também autor de “Seleção Natural” (Publifolha, 2009). Atualmente a peça “O Terceiro Sinal”, de sua autoria e estrelada por Bete Coelho está em cartaz no Teatro Oficina.
Segundo o relatório final da Comissão da Verdade, a Folha de S.Paulo apoiou ideologicamente o golpe militar – inclusive cedeu algum de seus automóveis para ações repressivas.
A Comissão usou como base para a denúncia o livro “Cães de guarda: jornalistas e censores, do AI-5 à Constituição de 1988”, da pesquisadora Beatriz Kushnir, que afirma que “foi constatada a presença ativa do Grupo Folha no apoio à Oban, seja no apoio editorial explícito no noticiário do jornal Folha da Tarde, seja no uso de caminhonetes da Folha para o cerco e a captura de opositores do regime”. Em 1971, três caminhonetes da Folha foram queimadas por militantes de esquerda como forma de protesto.

Marcio Freire says:
Tumor no pâncreas não tem cura. Oba!
airoldi lacroix bonetti junior says:
todo o ódio contido contra seus semelhantes infelizmente acaba assim, DEUS é quem comanda tudo,”eles passarão e nós passarinhos”… esta justiça é implacável!!! Que o GRANDE ARQUITETO o conforte da melhor maneira possível!!!
cesar struve says:
Vejo nos últimos tempos,uma Folha mais.flexivel.
Diferente de O Globo e Estadão as notícias positivas com relação a Lula, são estampadas na primeira página(vide às três últimas Edições.
A morte é para ser lamentada sempre.
cesar struve says:
Caro Fernando.
A última pesquisa Ibope,mostra que 60,%dos eleitores de Lula jamais votariam no Hadad.
Isto,nao é preocupante?
Quero sua avaliação.
Abraço
Helenice Lisboa says:
O seu vai ser na língua. Ser infame e sem escrúpulos!!!( sr marcio freire)
Tive a oportuniĺdade de participar do quadro de funcionários da Folha de São Paulo nos anos 80, e por diversas vezes encontrei Otavio Filho nos elevadores e corredores da empresa .Sempre cumprimentava os funcionários e os tratava com respeito .
Ótimo profissional e muito admirado no meio jornalístico e fora dele .
Infelizmente teve sua vida ceifada por esta doença traiçoeira, que muitas vidas tem arrebatado.
Seja feita a vontade de Deus!