Brasil

Não podemos esquecer o que está acontecendo em volta


Estou gravando essa coluna sem saber o resultado da Corte Suprema do meu país, Supremo Tribunal Federal. De qualquer maneira eu acho que o caso Lula é central para o futuro. Eu acho que a gente tem que estar atento também em outras coisas, mas vou repetir que o caso Lula é central, primordial, mas não podemos esquecer o que está acontecendo em volta.
A gente não pode esquecer que o governo ilegítimo de Michel Temer perdeu qualquer utilidade. É um governo inerte, desmoralizado, cuja única ação daqui até o fim do ano vai ser continuar liquidando com o patrimônio meu, seu, do meu filho, do seu filho, patrimônio de todos nós.
É um absurdo a imunidade com que ele atua.
Eu quero chamar atenção também para uma coisa que é muito mais preocupante do que parece, a questão do ódio e da violência. Em 1964 – quando ocorreu aquele outro golpe, o golpe anterior, o golpe empresarial, civil, militar e da imprensa – o que havia era um antagonismo, antagonismo de medos. Havia na classe média, na direita, um medo do comunismo. E havia na ala progressista um medo do golpe de estado.
Hoje muito mais do que medo o que eu vejo no meu país é ódio, é violência.       
A “jogada de mestre” do vampirão da Tuiuti, aqui no Rio, está tendo resultados nefastos. A violência aumentou. As milícias, leia-se: PMs aposentados, PMs da ativa, militares do exército aposentados – resolveram mostrar quem é que manda. Então, você teve a execução da vereadora Marielle Franco, a execução do motorista dela, o Anderson Gomes. Você teve a execução de cinco jovens músicos em Maricá, que faz parte da grande Rio, o que aconteceu no Sul com o Lula é alarmante.
Mais até que os tiros nos ônibus, mais até do que é possível a passividade da Polícia Militar da Brigada do Rio Grande do Sul.  Eles estão obedecendo alguém.
O Lula tem a escolta pessoal dele, como ex-presidente da República ele tem esse direito. Ele tem a segurança da Caravana, militantes do PT. Agora, como é que você ataca do jeito que atacaram? Você por trator para fechar a estrada. Cadê a Polícia Rodoviária Federal? Cadê a PM? É um acinte, é um aviso. É um aviso.
E por fim, para acompanhar esse quadro, general de pijama, nem lembro o nome dele, Leonardo Bessa, sei lá. Dizendo que se o Lula não for preso, tem de haver um levante militar.
Tudo bem, general de pijama, como diz meu amigo Fernando Morais, não é obedecido nem pelos netos, não tem comando de tropa. Acontece que esse general de pijama foi, durante muito tempo, um general de farda. O que pensam os contemporâneos dele, os colegas dele que estão na ativa?
Na ativa eles disseram que o Exército, é opinião pessoal dele, ele não pode ser punido, apesar de ser militar da reserva, não pode ser punido, vai entender, que é uma opinião pessoal dele, porque o espírito da corporação é obedecer a Constituição.
Oxalá. Tomara. Eu acho que a gente está vivendo tempos de catástofre, de beira de catástofre. Esse ódio existente inflado pela grande imprensa é uma preocupação total. Pra mim, é uma preocupação total.
E o Lula é o eixo e o alvo de uma direita que está cada vez mais extremada, de um poder judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal, os próprios integrantes da Corte Suprema, guardiães da Constituição. O que diz o artigo quinto da Constituição?
Esse país que estava à deriva, está naufragando cada vez mais rápido.
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Lula: Preparem-se! A luta é longa, mas ela vale a pena.


 

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