Foram encontrados restos mortais no rio Chubut, na Patagônia, que poderiam ser de Santiago Maldonado, 28 anos, o artesão desaparecido no dia 1º de agosto em uma ocupação Mapuche Pu Lof en Resistencia, na Argentina. A família quer aguardar o resultado da perícia antes de confirmar se é ele mesmo.
Sergio Maldonado, irmão de Santiago, acredita que o corpo pode ter sido colocado no lugar onde foi achado. Essa hipótese é reforçada por sua advogada, Verónica Heredia, já que nada havia sido encontrado em operações de busca feitas anteriormente no mesmo lugar.
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O caso ganhou repercussão internacional e se tornou um problema para o presidente Mauricio Macri, já que diversas organizações de defesa dos direitos humanos cobram explicações sobre o paradeiro de Maldonado.
A repercussão negativa foi tão grande que o governo chegou a proibir que os docentes falassem desse caso nas escolas e disponibilizou um número de telefone para denúncia.
Nesta semana, o governo ordenou mais uma busca no Rio Chubut, com a ajuda de mergulhadores e cães, próximo do lugar onde Santiago Maldonado foi visto pela última vez. E foi desta vez que encontraram os restos mortais de um homem, vestido, boiando. No bolso, ele carregava a carteira de identidade do desaparecido.
O corpo está sendo levado a Buenos Aires nesta quinta-feira (19), e lá será feito o exame. Sergio Maldonado e a cunhada, Andrea Antico, viajaram para acompanhar a operação. “Não confiamos em ninguém, porque desde o primeiro momento nos atacaram. Foi duríssimo”, disse Andrea.
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Santiago Maldonado (Foto: Anistia Internacional)
De acordo com o Clarín, ele ainda estaria com o penteado dreadlock e ainda dá para ver suas tatuagens, apesar de ele estar desaparecido há 79 dias.
A possibilidade de o corpo ter sido colocado ali surge também pela proximidade em relação às eleições legislativas, que serão realizadas no próximo domingo (22). A repercussão do caso é tamanha que os candidatos, tanto do governo, quanto da oposição, suspenderam as últimas atividades de campanha à espera da necrópsia.
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