Brasil

MBL e a escalada fascista no Brasil


A gente vai falar hoje de um assunto que me preocupa e preocupa uma quantidade importante de brasileiros cada dia mais. A questão da censura, desse moralismo, ‘moralóide hipócrito’. Pedofilia, zoofilia, ofensa a crenças religiosas. Com esses argumentos o banco Santander, onde aliás a minha conta tem zero de saldo, suspendeu uma exposição chamada Queer Museum em Porto Alegre. Das 263 obras dessa exposição de artistas absolutamente reconhecidos, sem nenhuma dúvida, quatro, de 263, quatro criaram escândalo.
Criaram escândalo e mereceram crítica de quem? De um bando chamado Movimento Brasil Livre. Uma milícia de extrema direita, MBL. E quem é o MBL? O que está por trás do MBL? Bom, isso é um negócio que a gente não vai saber tão cedo. Mas, sim, o que a gente sabe é que quem controla o MBL não é aquele garoto cabeludo de traços orientais que se arvora de gênio da raça. Vai saber que raça. Da raça humana não é. É uma família Santos. Alexandre Santos, Stephanie Santos, Renan Santos.
Eles têm um outro movimento que se chama renovação liberal ou qualquer coisa assim, que arrecada o dinheiro que é doado aos energúmenos do MBL. Não é uma ofensa gratuita, vão ao dicionário ver o que significa energúmeno. O grupo Santos, essa família, tem 120 processos na Justiça. Eu vou ler aqui, eles têm de dívidas não honradas a fraudes processuais, têm débitos fiscais, têm questões trabalhistas. O Renan Santos que é cabeça visível da família no MBL, pessoalmente, ele responde a dezesseis ações cíveis e a 45 processos trabalhistas.
Eles falam em nome da moral e dos bons costumes. E aí eles se juntam ao que há de mais retrógrado, esse pastor Marco Feliciano, esses deputados delegados. Quer dizer, o que há de mais primata e primário em um Congresso, que eu vou repetir pela milésima vez, abriga a pior legislatura desde a retomada da democracia no Brasil. Por falar em democracia, esse movimento, que já se espalhou por São Paulo, já se espalhou pelo Rio, por Mato Grosso, sei lá por onde, começando no Rio Grande do Sul.
Esse movimento é complicado, é perigoso, porque no fundo é um movimento político, não é um movimento ideológico, não é um movimento moral. É um movimento que busca espaço para difundir esse tipo de ideia, não há uma só menção a pedofilia ou zoofilia no que eles estão proibindo. Eles censuram o que não viram, o que é típico dos Estados e das mentes totalitárias. Agora, além de bispos eletrônicos, além de deputados delegados, eles receberam dois reforços complicados.
Um de um embusteiro chamado João Doria Junior, prefeito ocasional de São Paulo, de vez em quando ele aparece lá. Outro de um bispo eletrônico que é o prefeito do Rio de Janeiro, o bispo Marcelo Crivella. É uma coisa muito complicada, porque os dois têm projetos individuais políticos ambiciosos. E pelo o que eles fizeram até agora, fica claro que são um perigo. Não há que menosprezar o potencial perigo de João Doria Junior e do bispo Marcelo Crivella. Se fosse apenas, por exemplo, criticam o Crivella que ele fica distribuindo cargos para a Igreja Universal do Reino de Deus, não é verdade. Ele distribui cargos para todas as seitas evangélicas, todas. Ele forma uma aliança política evangélica.
Enfim, há um ministro da Cultura, um jornalista chamado Sérgio Sá Leitão, eu não tenho nenhuma referência dele maior. Me lembro dele vagamente do Jornal do Brasil, Folha, uma coisa assim. O tratamento do Temer à Cultura é um negócio assombroso. Primeiro nomeou aquele sôfrego diplomata apressadinho que ficou, denunciou, caiu fora, foi tudo o que ele fez. Depois veio uma aberração chamada Roberto Freire. Depois veio uma passagem, que eu continuo sem entender, de um camarada que eu conheço há muitos anos, João Batista Andrade, ficou menos de um mês.
E agora o Sérgio Sá Leitão. O que faz esse novo ministro? Faz o que se pode esperar de alguém que transitou do Ministro Gilberto Gil, na primeira presidência do Lula ao governo golpista do Michel Temer. Quer dizer, não me surpreenderia nenhuma atitude dele em desfavor da liberdade de expressão, em desfavor da valorização da arte e da cultura. Por que? Por que para o governo Michel Temer, do qual ele aceitou fazer parte, pensar faz mal. Revelar é proibido, a inquietação é absurda. Esse é o governo que a gente tem.

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    Estou me inteirando do debate político e fico bem confuso com os termos. Mbl representa extrema direita. E a direita é representada por quem? E a extrema esquerda? E a esquerda? Política é tão complexa, me sinto perdido. Grato!

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      Não se iluda com palavras, extrema esquerda e direita, são no geral ditadores estadistas, nada a ver com o MBL, pois são liberais, no sentido do livre mercado, com menos intervenção do governo e logicamente menos impostos, fuja de quem usa expressões extrema esquerda ou direita nos blogs ou mesmo veículos de publicidade em massa. Na minha régua, são picaretas.

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      Sheila Polatschek Valadão says:

      Mário, que idade você tem? Eu pergunto porque vivi décadas com essas perguntas suas, agora fiz 70 anos.: conceito de direita e esquerda já acabou há muito tempo, era coisa de comunista & americano, pra dizer assim rapidamente. Por isso pergunto, que idade você tem, qualquer que seja, eu gostaria de trocar idéias com você. Sou uma coroa bastante conservada, exigente com música e livros. Sobre o tema principal do texto acima, tenho a dizer que qualquer religião ou ideologia política tende a fazer lavagem cerebral./ Para Dikyla’Z – a questão de gênero está vulgarizada nos programas de TV, novelas, virou moda. É pop, descartável. A mesma coisa com índios, negros, tem uma palavra em inglês que diz tudo agora pra isso: “over”. O buraco é bem mais lá embaixo. Também gostaria de conversar com você. /Pra meu Eric Nepomuceno: isso de Porto Alegre é ridículo. Lembra as “senhôras” de generais e demais militares, elas tinham seu pequeno poder dentro de casa pra agir na censura do país inteiro. P.S.: Discordo de “golpe”, foi impeachment e durou muitos meses.
      Deixo meu e-mail, prefiro, porque nem sempre entro em facebook, primeira vez que falo com vocês, nem sei se vai entrar. sheilapolatschek@hotmail.com

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    O Brasil é uma fossa, um esgoto a céu aberto. Tem que proibir essa pouca vergonha. Onde já se viu falar de gênero focado somente na vulgaridade? Atualmente o Brasil tá um prostíbulo.

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    Eu parei para ler e não foi tempo perdido porque não vi nada do que não esperava aqui. Um texto cheio de termos e opinião pessoal recheados de frases que incitam o ódio de uma esquerda frente a novos movimentos (MBL). Não encontrei nenhuma informação plausível a ponto de pesquisar sobre e sobre a politica esquerda exercida no brasil, acredito que seja a falta de um representante forte, com ideias fortes e um intelecto pra aposentar essa esquerda fraca, reacionária, focada na coação de massas através do ódio, para os que acham que sabe alguma coisa e pão com mortadela para os menos afortunados.

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    Nunca vi tanta insanidade ( é melhor tratar assim, pois fora isso seria ignorância) em seus comentários. Na verdade a esquerda brasileira é imoral e vive um sonho de retornar o poder para continuar o ciclo de corrupção. O sonho do oprimido é assumir o poder e se tornar o opressor. Tenho uma notícia pra vocês vermelhos : Nunca mais serão !

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    Abaixo a pouca vergonha sim!!! Querem acabar com a moral e bons costumes!!! Quer dizer que temos que aceitar todo tipo de bobagens que vocês escrevem?! Aqui não!! Meu deu ânsia essa reportagem!!!!

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    Alberto Adnauro says:

    É impressionante o espaço e a importância que o oligopólio desregulado de mídia privada que dá a esses fedelhos descerebrados do tal mbl, um bando que a serviço do mercado financeiro e com apoio apenas de senhoras de certa idade desocupadas e insatisfeitas sexualmente, se farta com publicidade e com o dinheiro dos bancos e operadores.
    Isso sem contar com a maioria dos comentários acima, de pobres de direita, cérebros de mosca que teleguiados pelo éter eletrônico fazem comentários aberrantes e traem sua própria classe de pobres e remediados.

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