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Nuzman é preso por suspeita de fraude na escolha do Rio para sediar Olimpíadas

Reprodução TV Globo


Na manhã desta quinta-feira (5), agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal prenderam Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, e Leonardo Gryner, ex-diretor de operações do comitê Rio 2016.
Ambos são investigados por envolvimento num suposto esquema de compra de votos no Comitê Olímpico Internacional (COI) para a escolha dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
O pedido de prisão é temporário e foi decretado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.
De acordo com o Ministério Público Federal, o pedido de prisão foi decretado porque houve uma tentativa de ocultar bens no último mês, depois de a polícia ter cumprido um mandado de busca na casa de Nuzman, presidente do COB há 22 anos.

Nuzman foi presidente do Comitê Rio 2016 (Foto: Arquivo/ Tomaz Silva/Agência Brasil)


A prisão seria é importante para permitir que o patrimônio seja bloqueado e para impedir que ambos continuem atuando, seja criminosamente, seja na interferência da produção probatória.
Entre os bens ocultados, há valores em espécie e 16 quilos de ouro que estariam em um cofre na Suíça.
Além dos mandados de prisão, foram cumpridos mandatos de busca e apreensão nas casas e empresas de Nuzman e Gryner e a quebra de sigilo telemático.
O MPF alega que, nos últimos 10 dos 22 anos de presidência do COB, Nuzman ampliou seu patrimônio em 457%, sem indicação clara de seus rendimentos, além de manter parte de seu patrimônio oculto na Suíça.
Em razão das proporções mundiais do fato, o MPF requer, ainda, pelos danos morais causados, o bloqueio do patrimônio de Nuzman e Gryner em até R$ 1 bilhão.
Segundo o MPF, documentos e provas revelam que uma organização criminosa comandada pelo ex-governador Sérgio Cabral comprou o voto do presidente da Federação Internacional de Atletismo, o senegalês Lamine Diack, por US$ 2 milhões.
Nuzman e Gryner, considerado braço direito do presidente do COB, foram, segundo o MPF, figuras centrais no esquema, já que teriam sido os agentes responsáveis por unir pontas interessadas, “fazer os contatos e azeitar as relações para organizar o mecanismo do repasse de propinas de Sérgio Cabral diretamente a membros africanos do COI. Eles serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa”.

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