Brasil

Com discurso de combate à corrupção, Raquel Dodge assume a PGR

Com um discurso de oito minutos, tomou posse na manhã desta segunda-feira (18) Raquel Dodge, substituta de Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República e primeira mulher da história do Brasil a estar neste cargo.
Estavam presentes na cerimônia o presidente Michel Temer, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, integrantes do Ministério Público, magistrados e políticos. Seu antecessor foi convidado por e-mail, mas não participou alegando “motivos protocolares”.
Raquel Dodge citou a palavra corrupção sete vezes no discurso e disse assumir o cargo “certa de que o Ministério Público deve promover justiça, defender a democracia, zelar pelo bem comum e pelo meio ambiente. Assegurar voz a quem não tem. Garantir que ninguém esteja acima da lei e ninguém esteja abaixo da lei”.
“Estou certa de que o MP continuará a receber do Poder Executivo e do Congresso Nacional o apoio indispensável ao aprimoramento das leis e das instituições republicanas e para o exercício de nossas atribuições”. Disse ainda que a instituição tem obrigação de exercer com igual ênfase a acusação criminal e a defesa de direitos humanos. E que, para muitos brasileiros, “a situação continua difícil” e eles “sofrem efeitos da corrupção”.
Ela citou até um discurso do Papa Francisco: “a corrupção não é um ato, mas uma condição, um estado pessoal e social, no qual a pessoa se habitua a viver”.
“O corrupto está tão fechado e satisfeito em alimentar a sua autosuficiência que não se deixa questionar por nada nem por ninguém. Constituiu uma autoestima que se baseia em atitudes fraudulentas. Passa a vida buscando os atalhos do oportunismo, ao preço de sua própria dignidade e da dignidade dos outros. A corrupção faz perder o pudor que protege a verdade, a bondade e a beleza”, acrescentou.
Desde 1987 no Ministério Público Federal, foi indicada para o comando da PGR por Temer, em junho. Raquel Dodge ficou em segundo na eleição da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), atrás de Nicolao Dino, candidato apoiado por Janot. Em julho, ela foi aprovada pelo plenário do Senado por 74 votos a 1 e uma abstenção.
Temer fez um breve discuso na cerimônia depois da fala de Raquel. Afirmou esperar que a sucessora de Janot possa promover o equilíbrio entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Em seguida, embarcou a Nova Iorque em viagem oficial. Lá, ele se encontrará com o presidente Donald Trump e participará na terça-feira (19) da Assembleia Geral das Nações Unidas.

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