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Advogados denunciam abusos da Lava Jato para Glenn Greenwald

Para o Coletivo Advogados e Advogadas pela Democracia, a Força Tarefa da Lava Jato está cometendo “inúmeros abusos, arbitrariedade e violações legais”. É por isso que o grupo apresentou uma denúncia ao Allard Prize For Internacional Integrity, premiação canadense que acontece desde 2012 e ao jornalista Gleen Greenwald.
Por meio de uma carta endereçada à premiação e a Greenwald (que em 29 de setembro vai apresentar o prêmio e anunciar o vencedor), o coletivo alerta para que “excluam a referida candidata dentre as indicadas e corrijam, a tempo, esse terrível equívoco”.
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A Lava Jato está entre os três finalistas do concurso. O Allard Prize For Internacional Integrity premia instituições e iniciativas que combatem a corrupção e defender os direitos humanos. O vencedor recebe 100 mil dólares canadenses, o equivalente a 255 mil reais.
“A prática diária da Força Tarefa da Lava Jato é de afronta aos direitos humanos, sobretudo aos direitos fundamentais das cidadãs e dos cidadãos brasileiros; direitos esses conquistados após o violento e longo processo de ditadura civil-militar sofrido pelo Brasil, o que tem causado destruição progressiva da ordem jurídica e da paz social no País”, diz a carta.
Os advogados argumentam que a Lava Jato expõe pessoas acusadas em delações privadas, devassando suas vidas pessoais, sem qualquer prova.
Citam também a excepcionalidade da decisão que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Provocou uma reação inédita de mais de uma centena de advogados e advogados, de todas as matizes ideológicas, que denunciaram em uma obra conjunta as ilegalidades e os problemas da decisão”.
“Com o máximo respeito que lhe é devido, nos surpreende saber que uma pessoa de tamanha importância democrática, como o senhor, possa aceitar a possibilidade de entregar um prêmio para tal operação”, consta em outro trecho da denúncia.
Clique aqui para acessar a carta aberta a Glenn Greenwald.
Glenn Greenwald foi um dos jornalistas que em parceria com Edward Snowden denunciou a existência dos programas secretos de vigilância dos Estados Unidos, feitos pela Agência de Segurança Nacional.
Os advogados citam ainda o Tribunal Popular: Julgamento da Lava Jato, evento que aconteceu em 11 de agosto na cidade de Curitiba, no Paraná, com objetivo de avaliar a Operação em diversos aspectos. O jornalista, escritor e editor do Nocaute, Fernando Morais, foi um dos participantes como jurado técnico para avaliar o papel da mídia.

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