Brasil

PF apreende R$ 480 mil em cinco moedas diferentes na casa de Nuzman

Carlos Arthur Nuzman preside o Comitê Olímpico Brasileiro desde 1995. Foto: EBC


*Reportagem atualizada às 15h30
Ao fazer busca e apreensão na casa de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, a Polícia Federal encontrou R$ 480 mil em dinheiro vivo e em cinco moedas diferentes, nas seguintes quantidades: Real (102.950), Dólar (35.472), Euro (67.720), Libra (1.315) e Francos Suíços (8.260).
Nuzman está na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro prestando depoimento e terá de explicar a origem do dinheiro encontrado em sua casa.
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira (5) no Rio de Janeiro com objetivo de prender suspeitos de comprar jurados para escolher a cidade como sede das Olimpíadas de 2016.
Por volta das 6h, os agentes chegaram à casa de Nuzman, um dos alvos da operação. Também foram presos o empresário Arthur Cesar Soares de Menezes Filho, conhecido como “Rei Arthur”, e Eliane Pereira Cavalcante, ex-sócia do empresário.
O Ministério Público Federal pediu o bloqueio de R$ 1 bilhão do patrimônio de Nuzman, do Rei Arthur e de Eliane Pereira Cavalcante, além de ter confiscado os passaportes dos três. O pedido de bloqueio inclui bens de valor como apartamentos, joias, carros e um jatinho particular.
Chamada de Unfair Play, essa operação é uma etapa da Lava Jato no Rio de Janeiro.
Além do dinheiro, a polícia encontrou na casa de Nuzman documentos e um computador que podem fornecer provas de sua participação no esquema de compra de votos para a candidatura do Rio.
Pela manhã, o advogado de Nuzman, Sergio Mazzillo, havia afirmado que seu cliente é inocente e que se trata de um “espetáculo midiático”. “É difícil dizer qualquer coisa porque não tivemos acesso ao processo. Desde já, afirmo que ele não cometeu nenhuma irregularidade”, declarou a jornalistas.
O Rei Arthur já era investigado pelo Ministério Público Federal na Operação Calicute por suas ligações com o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral.
O caso foi descoberto quando uma reportagem do jornal Le Monde, de março de 2017, revelou uma investigação feita pela justiça francesa, descobrindo pagamentos feitos pelo Rei Arthur para dois então membros do COI em outubro de 2009, três dias antes da votação que escolheria a cidade sede da Olimpíada. A soma chegou a 1,5 milhão de dólares, entregues por meio de uma empresa laranja.
O Comitê Rio 2016 afirma que não há relação entre os envolvidos e a escolha da cidade para sediar os jogo.
“A gente ganhou a eleição por uma larga margem – 66 a 32. Todos os documentos da campanha Rio 2016 para obter os jogos estão abertos”, declarou o diretor de Comunicação da Rio 2016 Mário Andrada.

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