Preso desde junho de 2016, o doleiro Lúcio Funaro poderá delatar praticamente todos os aliados de Michel Temer no PMDB e apontará o próprio presidente como beneficiário de desvios da Caixa e de dinheiro ilegal no exterior, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
A reportagem como fonte cita “pessoas próximas” a Funaro.
A estratégia de Temer e de seus aliados tem sido de tentar minimizar a relação com o doleiro.
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O acordo de delação premiada de Funaro foi firmado na terça-feira passada (22). A expectativa é de que ele possa detalhar sua atuação enquanto operador financeiro do PMDB na Câmara. Além de Temer, poderia dar informações comprometedoras sobre Eliseu Padilha (Ministro-Chefe da Casa Civil), Moreira Franco (Ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência), Geddel Vieira Lima (ex-ministro de Governo) e Henrique Eduardo Alves (ex-ministro do Turismo).
Funaro é processado pela Justiça Federal em Brasília em três investigações da Polícia Federal (PF) – Greenfield, Sépsis e a Cui Bono – que envolvem suspeitas de desvios de recursos públicos e fraudes na administração de quatro dos maiores fundos de pensão de empresas públicas do país: Funcef (Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios). O doleiro também foi citado nas delações da JBS.
O acordo depende de homologação do Supremo Tribunal Federal (STF) para ter validade e acontece no momento em que se espera uma nova denúncia feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer. O presidente é investigado em inquéritos que investigam crimes de obstrução à Justiça e organização criminosa. Janot deixa o cargo em 17 de setembro.
