Deputados dos três principais partidos do centrão – PP, PR e PSD – afirmaram que não há condição de aprovar a reforma da Previdência Social agora, como quer o presidente Michel Temer. O recado foi dado por meio de uma reportagem da GloboNews.
O que eles alegam é o desgaste provocado pela votação da denúncia contra Temer por corrupção passiva, em 2 de agosto, e a proximidade das eleições. Há também o fato de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ainda pode oferecer nova denúncia contra Temer por obstrução de Justiça ou por organização criminosa.
O recado do centrão é também pela insatisfação com o espaço político que Temer dá a partidos que não votaram majoritariamente a favor de do governo, como o PSDB e o PSB.
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Juntas, as bancas de PP, PR e PSD somam 123 deputados. Na votação da denúncia, os três partidos deram 87 dos 263 votos a favor de Temer. Para aprovar a reforma da Previdência, o governo precisa de 308 votos.
“Reforma da Previdência se vota no início de mandato. Em final de mandato, é muito perigoso colocarmos uma matéria dessa, ainda mais no momento em que estamos vivendo na Câmara dos Deputados”, disse o líder do PR, José Rocha (BA).
“O momento é muito delicado, não temos unidade na bancada para isso [votar a reforma]. Nós esperamos que o governo tenha um sentimento de reagrupação e senso de responsabilidade de saber quem realmente é base e quem não é”, afirmou o líder do PP, Artur Lira (AL).
“A reforma tem que ser votada dentro de uma uniformidade da base, e o governo não tem essa uniformidade. A discussão da Previdência abre a porta para sociedade ir para as ruas, é tudo o que o governo tem que evitar diante de uma segunda denúncia”, comentou o líder do PSD, Marcos Montes (MG).
