O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi vítima da ignorância: o desembargador da TRF4 disse que o ex-presidente recebe o “auxílio que lhe é devido em decorrência da ocupação do cargo” e, por isso, não desbloqueou os seus bens.
Só há um detalhe, o ex-presidente não recebe tal auxílio. E o ex-presidente não o recebe porque, simplesmente, esse benefício não existe. Ex-presidentes não recebem tal benefício; e o agente do Judiciário não o sabia.
O agente do Judiciário, portanto, decidiu a partir de sua ignorância!
Já o juiz de 1ª instância, justificando sua sentença, argumentou que “o que importa é a realidade dos fatos e não uma mera aparência”
A ignorância, aqui, é que a realidade dos fatos, por definição ,não existe, uma vez que não é possível se falar em irrealidade dos fatos e, mais, realidade é um corte no tempo, o famoso: aqui e agora, que é, sempre, segundo a interpretação de quem o cita.
Por isso não é possível julgar a realidade dos fatos, pois, realidade é um ponto de vista, uma interpretação de quem a descreve, como acontece na famosa ilustração onde pessoas com necessidades especiais, pela ausência da visão, em contato com partes diferentes do Elefante, o descrevem.
Daí, ao invés da realidade dos fatos, o que se julga são os fatos da realidade, isto é, os fatos de dada realidade, realidade, esta, que sempre é uma construção! Assim, só é possível julgar os fatos. Mas, quando, justamente, os fatos é que são desprezados, resta o quê?
Como dizia o cômico do passado “é a ingnorância que astravanca o Brasi”
Pois é! E daí brava gente brasileira?
Nosso luto vem do verbo lutar!
Jessé Moura says:
Ari, meu nobre irmão, quando você tomou cerveja estragada?