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Com aumento de impostos, Temer perde apoio de empresários

Na manhã de sexta-feira (21), a FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) já colocou seu pato de cinco metros de altura de volta na calçada da Avenida Paulista. Apoiadora da escalada de protestos contra o governo de Dilma Rousseff com o bordão “Não vou pagar o pato”, a Federação havia tirado o mascote do jogo quando Michel Temer assumiu a presidência.
Quando Temer anunciou o aumento dos impostos, afirmou que os cidadãos entenderiam a situação. A reação de um dos principais setores de apoio ao governo mostra uma expectativa não correspondida.
O empresário Paulo Skaf, presidente da FIESP, evitou qualquer crítica ao atual governo durante o agravamento da crise política. Não quis se manifestar sobre a denúncia de corrupção passiva porque política não é assunto seu. Até que Temer anunciou o aumento dos impostos da gasolina, do diesel e do etanol.
“Ficamos indignados com o anúncio da alta de impostos sobre os combustíveis (…) Aumento de imposto recai sobre a sociedade, que já está sufocada, com 14 milhões de desempregados, falta de crédito e sem condições gerais de consumo”, manifestou Skaf por meio de nota.
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O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, já havia anunciado um protesto, caso a carga tributária aumentasse. “Somos contra a elevação de impostos. Criar ou aumentar impostos deve ser a última, das últimas, das últimas das possibilidades para equilibrar as contas públicas”, afirmou, depois de uma reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em 24 de junho.
Depois de o aumento ser publicado no Diário Oficial, a CNI divulgou um comunicado reforçando a crítica: “O aumento dos impostos anunciado pelo governo penalizará ainda mais as empresas, que estão com as finanças debilitadas pela recessão”.
O Sistema Firjan, que representa SESI, SENAI, IEL, FIRJAN e CIRJ, já se posicionou contra o governo. “A saída para a crise fiscal não passa por mais aumento de impostos (…) Não é o momento de onerar o custo do transporte e da produção para as indústrias, que tentam sobreviver à pior recessão da história. No Brasil e no Estado do Rio será registrado, em 2017, um novo recorde de fechamento de empresas”.
Para a FecomercioSP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo, atual Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), aumentar impostos vai impactar negativamente no consumo.
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) também se posicionou: “Qualquer tipo de medida que traga aumento de impostos acaba concentrando, ainda mais, a arrecadação tributária nas mãos de poucos em detrimento de uma distribuição mais equitativa da carga tributária”.
O decreto determinando o aumento das alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre a gasolina, o diesel e o etanol está publicado na edição desta sexta do Diário Oficial da União.
A alíquota subirá de R$ 0,3816 para R$ 0,7925 para o litro da gasolina e de R$ 0,2480 para R$ 0,4615 para o diesel nas refinarias. Para o litro do etanol, a alíquota passará de R$ 0,12 para R$ 0,1309 para o produtor. Para o distribuidor, a alíquota, atualmente zerada, aumentará para R$ 0,1964.
 
 
 
 

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