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Para defender Temer, aliados tentam deslegitimar gravação de Joesley

A sessão para discutir a denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara começou às 11h da manhã desta quarta-feira (12/7), com a base aliada tentando desqualificar a gravação feita pelo empresário da JBS Joesley Batista para firmar acordo de delação premiada.
Isto porque, entre os elementos usados pelo Ministério Público para pedir ao Supremo Tribunal Federal a abertura de ação penal contra Temer está a gravação de uma conversa entre o presidente e Joesley no Palácio do Jaburu.
A reunião foi interrompida às 14h30 e retomada às 15h50. No primeiro período, falaram cinco deputados de cada lado, contra e a favor da aceitação da denúncia, e seis líderes usaram a palavra.
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O primeiro deputado a questionar a denúcia foi Paulo Maluf (PP-SP). Fez um breve relato sobre a vida pública do presidente, a quem chamou de “homem probo” e verdadeiro “patriota”. “Homem correto, decente e honesto”.
Em seguida, desqualificou a gravação da conversa como prova: “Como alguém pode fazer um acordo para pagar menos da metade em 25 anos. Alguém teve a curiosidade de perguntar os juros? Generosidade como esta não existe em banco nenhum do mundo. O preço que foi cobrado foi um gravador”.
O principal defensor de Temer nessa Comissão e no próprio PMDB tem sido o deputado Carlos Marun (PMDB-MS). Aos berros, argumentou o seguinte: “Para que esse áudio tivesse a mínima legalidade, teríamos que acreditar que não houve conversas anteriores entre o delator e o Ministério Público. A oposição finge que acredita”.
Outro aliado de Temer, o deputado Laerte Bessa (PR-DF) qualificou a denúncia como “fajuta”. “Essa denúncia contra o presidente é um ato covarde e truculento. Ele [Rodrigo Janot] vem aceitar uma gravação dessa, um flagrante preparado. Eu sempre soube que flagrante preparado é nulo”.
O deputado Wladimir Costa (SD-PA) chegou a chamar o relator Sergio Zveiter (PMDB-RJ) de “burro” e “desqualificado” por conta do parecer recomendando a investigação.
“Está na sua cara que o senhor é burro, incompetente e desqualificado”, gritou Wladimir Costa. O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), interrompeu sua fala.
Chama atenção a tentativa de acelerar a votação na CCJ e no plenário. Na terça-feira (11/7), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez um apelo para que a denúncia fosse votada “o mais breve possível”.
“Eu faço um apelo para que a gente possa respeitar qualquer acordo que tenha sido feito e possa avançar na votação do parecer [sobre a denúncia] no prazo mínimo que foi acordado entre os membros da comissão [de Constituição e Justiça],. É importante que a comissão vote e que o plenário vote o parecer, o Brasil não pode ficar parado. É uma denúncia contra o presidente da República, é grave, eu espero que a gente consiga votar essa matéria o mais breve possível”, afirmou.
O relatório pode ser votado na próxima sexta-feira (14) ou na segunda-feira (17). O recesso parlamentar começa dia 18.
A sessão desta quarta-feira estava prevista para acontecer no período da tarde. No entanto, os deputados anteciparam uma das sessões do plenário para a madrugada para poder realizar a discussão da denúncia pela manhã.
 

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