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Condenação de Lula repercute nos jornais internacionais


 
A condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo juiz Sergio Moro, a nove anos e meio de prisão, repercutiu na imprensa internacional. O petista foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, litoral de São Paulo.
O jornal inglês The Guardian diz que a ação penal contra o ex-presidente representou um surpreendente revés para o “primeiro presidente operário do Brasil, que deixou o cargo há seis anos com 83% aprovação e admiração ao redor do mundo pelas políticas de transformação social que ajudaram a diminuir a brutal desigualdade do social do maior país da América Latina.”
A rede britânica BBC publicou que Lula sempre rejeitou as acusações e “nega firmemente qualquer delito”, sustentando que o julgamento contra ele “tem motivação política”, destacando a declaração da correspondente em São Paulo, Katy Watson, de que “Lula continua sendo um político popular e a sentença irá dividir profundamente o Brasil”.
O New York Times também chama atenção para a condenação de Lula, “um político que conquistou enorme influência pela América Latina por décadas” e que “elevou a imagem do Brasil no panorama internacional enquanto foi presidente, de 2003 a 2010”.
A primeira página do site espanhol El País dá destaque para a ação contra o “ex-presidente mais popular do Brasil” e diz que “o caso Petrobras causou sua maior vítima nos três anos de investigação de casos de corrupção das elites brasileiras.”
A condenação foi capa do jornal argentino Página/12. O texto menciona que Lula enfrenta outros quatro processos e sempre negou categoricamente as acusações, que atribui “a uma conspiração para impedir sua candidatura nas eleições presidenciais de outubro de 2018”.
O Página/12 também destacou que a sentença de Sergio Moro estabelece, além da condenação à prisão, “a proibição de exercer cargos públicos durante 19 anos, o que lhe impediria de voltar a se apresentar à Presidência nas eleições de 2018 como candidato de seu Partido dos Trabalhadores (PT)”.
O jornal alemão Süddeutsche noticiou que a condenação de Lula pode atrapalhar os planos dele para 2018, quando o ex-presidente poderia tentar um novo mandato.
“O ex-presidente sempre reiterou sua inocência. ‘Acusações devem ser, de maneira séria, muito bem baseadas, sem especulação’, afirmou [Lula] durante uma audiência em maio. Há pouca substância na acusação, prosseguiu. Foi a primeira condenação em um dos cinco processos que correm contra ele – junto a Lula, outros 74 políticos e funcionários públicos são investigados”, escreveu Süddeutsche.
O Washington Post destacou que a decisão marca a primeira condenação de um ex-presidente no país e que a sentença representa um “golpe impressionante” para um homem que foi aclamado como um líder inovador.
O francês Le Monde classifica Lula como um “ícone da esquerda latino-americana”. Segundo o jornal, o veredito de Moro põe em risco as chances de Lula de participar das eleições presidenciais de 2018.
 

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