Brasil

Lula: Brasil precisa contar a sua história desconhecida

“Parece fácil, mas nem todo mundo consegue entender a importância da democracia. O povo que não conhece a sua história e o seu passado não terá a chance de construir um futuro melhor”, afirmou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao anunciar a segunda fase do Memorial da Democracia, em Belo Horizonte, na noite de segunda-feira (10/7).
O Memorial da Democracia é museu virtual criado pelo Instituto Lula com o objetivo de “contar a história desconhecida do país”. “Nosso memorial nada mais é do que contar uma parte da história desconhecida, uma parte da história que não foi publicada nos livros e uma parte da história que foi contada de forma mentirosa. Porque, normalmente, quem conta a história que a gente lê são os que venceram”, disse Lula.

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula


O evento de lançamento foi aberto ao público, no Palácio das Artes. Estavam presentes o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT-MG), o coordenador do Memorial da Democracia, Franklin Martins, além de historiadores, intelectuais e representantes de movimentos sociais.
Para Lula, o Brasil atravessa um momento em que é essencial discutir história e democracia para garantir um futuro melhor para a política brasileira.
“O [Jair] Bolsonaro, ele não tem mérito algum. Ele é fruto do ódio despejado pela Rede Globo de televisão na política brasileira. Eu nunca vi tanto ódio ódio disseminado neste país como depois de 2013”, argumentou.
O ex-presidente voltou a falar que o Partido dos Trabalhadores e a Globo querem a saída do presidente Michel Temer por razões diferentes, defendeu eleições diretas para eleger o sucessor e criticou as reformas trabalhista e previdenciária.
“Democracia pressupõe a gente ter a mesma capacidade de ouvir. Significa a gente ouvir as pessoas dizerem aquilo com o que a gente não concorda. Não é desaforo, é um alerta”, disse.
O ex-presidente falou que o Memorial quer justamente provocar uma discussão na sociedade sobre o que é democracia. Disse também que poderia ter “dado um passo a mais, sobretudo nos meios de comunicação”. “Mas eu queria que vocês levassem em conta que governar o Brasil não foi uma coisa fácil”, completou, referindo-se às discussões, no Congresso Nacional, por exemplo, para criar a Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Empresa pública, a EBC foi fundada em 2007 e é responsável pela TV Brasil, TV Brasil Internacional, Rádios EBC.
Memorial da Democracia
A primeira fase do Memorial foi lançada em agosto de 2015. Já estavam disponíveis quatro módulos: a) 1930-1945: Um projeto de país (mas sem democracia); b) 1945-1864: Democracia de massas; c) 1964-1985: 21 Anos de Resistência e Luta; d) 1985-2002: Reconstruindo a Democracia.

Reprodução de fato publicado na linha do tempo de 1985


Os períodos abordados na outra etapa são a República Velha (Primeira República), o Império e os movimentos republicanos, as lutas contra a escravidão, as revoltas e conjurações pela independência, a resistência dos índios por sua terra, liberdade e cultura, e os primeiros tempos do Brasil-Colônia.
A ideia inicial do Instituto Lula era construir o Memorial da Democracia como um museu físico, sediado em São Paulo.
Depois, decidiram que seria melhor um formato virtual porque, assim, o conteúdo poderá ser acessado por um número muito maior de pessoas. “É um museu que vai até você. E que você pode visitar na hora que bem entender”, descreve o site do projeto.
O coordenador do Memorial, Franklin Martins, fez uma exposição para mostrar parte do acervo do projeto.
 
“É um museu que vai até você e possui uma enorme quantidade de material. Todo o museu pode ser navegado através de duas ferramentas. A linha do tempo, onde temos cards e o internauta escolhe o que quer pesquisar, e os extras, que aprofundam esses assuntos”, disse.

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