Brasil

Eunício Oliveira suspende sessão sobre reforma trabalhista e apaga a luz após senadoras ocuparem a mesa

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), interrompeu a sessão que discutia a reforma trabalhista ao meio-dia desta terça-feira (11/7), depois de as senadoras de oposição Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Regina Sousa (PT-PI) ocuparem a mesa do plenário e se recusarem a sair.
A TV Senado parou de transmitir a sessão, tanto pelo canal de televisão como pela internet, e não se sabe quando a sessão será retomada. A luz e os microfones foram cortados e o ar condicionado foi desligado.

Com a TV Senado fora do ar, as senadoras da oposição fazem transmissões ao vivo no Facebook (Foto: Lula Marques/AGPT)


O que as senadoras querem é uma discussão sobre emendas à proposta de lei, em vez de aprovar como está, com a promessa de que o presidente Michel Temer vai vetar alguns pontos.
A sessão de hoje, iniciada às 11h, é destinada à votação final da reforma trabalhista. Enviada pelo governo ao Congresso Nacional em 2016, o texto muda mais de 100 trechos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Alguns minutos depois do início do protesto, outras senadoras aderiram à ocupação da mesa: Kátia Abreu (PMDB-TO) e Lídice da Mata (PSB-BA).
“Não somos radicais (…) O que nós queremos é mudar esse projeto aqui no Senado”, pediu a senadora Vanessa Grazziotin, propondo um acordo para que os senadores aprovem as emendas propostas.
Por volta das 13h, a senadora Vanessa disse, pelo Facebook, que o governo estava tentando negociar uma solução para o impasse.
“Esse gesto aqui é pautado por muito senso de responsabilidade, compromisso com princípios, com cidadania, com sobrevivência com dignidade. Esse gesto tem um simbolismo, em nome de mulheres pelo Brasil afora que serão as mais atingidas, as mulheres das classes populares. Com a proposta que beira o desumano, que a mulher grávida trabalhe em local insalubre. Ou que amamente em local insalubre”, afirmou a senadora Fátima.
“Eu não achei que ia viver essa situação que estou vivendo. O Plenário apagado. Não deixar as lideranças sindicais entrar aqui. Do que eles têm medo?”, questionou Glesi. “Não adianta os senadores ficarem bravos e irritados, temos que chamar a atenção para a tristeza que está acontecendo no país. As instituições em crise, e eles querem continuar fazendo reforma desse jeito”, disse.

Foto Lula Marques/AGPT


O texto já foi aprovado pela Câmara em abril e, se for aprovado pelo Senado sem mudanças, seguirá para a sanção do presidente Michel Temer.
O governo quer aprovar a reforma antes do recesso parlamentar, que começa no dia 18 de julho. Para isso, são necessários, pelo menos, 41 votos dos 81 senadores.
 
Segundo o senador Humberto Costa (PT-PE), a Polícia Legislativa entrou no plenário às 12h40 para retirar jornalistas e assessores.
Veja abaixo o momento que mostra a ocupação da mesa pelas três senadoras.

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