Brasil

Centrais sindicais prometem paralisações por todo o Brasil na sexta-feira


 
 
Wagner Fajardo (Coordenador da Secretaria Geral dos Metroviários de São Paulo) – essa paralisação do dia 30 de junho tem um objetivo claro que é a retomada do processo de pressão junto aos parlamentares para combater essa reforma trabalhista e também a reforma previdenciária. Além de ser um governo golpista, na nossa opinião, é um governo que não tem nenhuma credibilidade, nem o governo, nem o congresso, para fazer transformações dessa magnitude nos direitos dos trabalhadores, sem sequer ouvir os trabalhadores. Você transformar essa indignação em organização, não é uma tarefa simples. E esse processo, é um processo de educação do povo. Um povo que é massacrado diariamente por uma mídia completamente venal, mentirosa, que calunia os trabalhadores, calunia os sindicatos, os setores da esquerda. Cada vez que tem uma greve sindicalista é atacado, é colocado na cruz. Nós tivemos a manifestação em Brasília, olha como o governo nos recebeu. Tentou descaracterizar como se fossem um bando de baderneiros, chamou o exército. Esse é o tipo de governo que não dialoga com o povo, não aceita sequer uma manifestação.
 
Sergio Luiz Leite (Presidente da Fequimfar e Secretário da Força Sindical) – a população brasileira está vendo o que tem acontecido no Brasil, desde a crise política, da crise econômica que já gerou mais catorze milhões de trabalhadores desempregados, além disso, o governo pretende realizar a maior reforma/retrocesso da lei trabalhista, desde a existência da CLT. O Congresso conseguiu transformar essa proposta em péssima, um retrocesso de cem anos na legislação trabalhista. Então, e logicamente com o peso do governo federal que se comprometeu com o empresariado brasileiro, com o mercado brasileiro de fazer e promover reformas dessa profundidade. Algumas centrais têm buscado sim, diante do governo, através do Ministério do Trabalho e até na Presidência da República, alguns dispositivos que possam travar um pouco essa reforma trabalhista, na iminência dela ser aprovada no Senado. Mas isso não mudou a posição das centrais sindicais em relação a realizar atos, mobilizações e greves no dia 30.
 
Wagner Fajardo (Coordenador da Secretaria Geral dos Metroviários de São Paulo) – nós sabemos que o governo fez algumas promessas, algumas ações no sentido de tentar minimizar o ato. Teve alguns sindicalistas que caíram nesse conto e que acabaram fazendo coro. Mas independente disso na reunião das centrais, na sexta-feira passada, todas elas reafirmaram, foi uma reunião que decidiu ali a unidade, com a palavra de ordem: vamos parar o Brasil nesse dia 30.
 
Sergio Luiz Leite (Presidente da Fequimfar e Secretário da Força Sindical) – a reforma trabalhista mobiliza menos que reforma previdenciária, por isso, a dificuldade de ter esse mesmo tamanho da greve de 28 de abril comparada com amanhã. Ainda assim, nós acreditamos que teremos muitos atos e mobilizações no dia de amanhã. Eu vi um relato parcial das centrais sindicais, você tem realizações e greves no Brasil inteiro.
 
Wagner Fajardo (Coordenador da Secretaria Geral dos Metroviários de São Paulo) – só de metroviários nós vamos ter em Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Brasília. Todos eles já decretaram greve.
 
Guilherme Boulos (Coordenador do MTST) – é um acinte, um absurdo, todos nós já sabemos o que é esse texto da reforma trabalhista, o que ele significa de retrocessos e ataque à direitos sociais e foi votado sem maior discussão com a sociedade aprovaram a toque de caixa. Nós temos que denunciar isso em tudo quanto é canto e poder dar uma resposta fortíssima amanhã cedo, a partir da primeira hora, fazendo grandes greves, paralisações em todo Brasil, contra esse acinte, contra esse absurdo. Um governo investigado, corrupto até a medula querendo aprovar um retrocesso de oitenta anos nos direitos dos trabalhadores. Levado a cabo ainda pelo Congresso Nacional que em sua maioria está comprometido com os piores interesses. Temos que denunciar isso, ajudem a denunciar e todo mundo mobilizado amanhã pelos quatro canto do país para dar essa resposta.

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