Cultura

Grupo de teatro Velha Companhia apresenta a peça Sínthia

Durante dois anos, os artistas da Velha Companhia ficaram imersos numa pesquisa que deu origem ao novo texto de Kiko Marques (ganhador dos prêmios Shell, APCA, Aplauso Brasil e Qualidade Brasil pelo espetáculo CAIS ou Da Indiferença das Embarcações).
 
Com o apoio do 24º Fomento ao Teatro da cidade de São Paulo e do Instituto Cultural Capobianco, puderam realizar um vasto ciclo de palestras, pesquisa histórica e improvisações cênicas em cima dos temas, Transgeneridade e Ditadura.

Num tempo de imposições, Vicente, um músico clássico esperado por sua mãe como menina, sente compaixão.
 
A companhia convidou a atriz Denise Weinberg, para assumir a mãe de Vicente, e para participar de toda a pesquisa do projeto Sínthia ao longo desses dois anos. O ator Henrique Schafer pela primeira vez trabalha com a companhia e faz o papel do pai de Vicente, interpretado por Marques. Diversas pessoas contribuíram de maneira fundamental no processo, realizando palestras e levando importante referência histórica e pessoal, como Amelinha Teles, a dramaturga Jo Clifford, os professores Maurício Cardoso e Marco Napolitano, o pesquisador Ricardo Cardoso, entre outros.
 
Sínthia tem origem numa experiência pessoal. Nasci em 31 de março de 1965, um ano exato após o golpe que depôs o presidente João Goulart, mergulhando o país numa ditadura. Meu pai era oficial da PM do Rio de Janeiro na época. Minha mãe teve dois irmãos homens e dois filhos também homens antes de mim. Muito por isso fui esperado por ela como menina. A partir do mote de uma mulher encarcerada num mundo machista, do paradigma da repressão como forma de amor, e da questão da identidade de gênero, resolvi criar uma obra que falasse de compaixão. A peça conta as histórias de Maria aparecida e seu caçula Vicente, desde seu nascimento em 1968 até o natal de 2013 quando chega para a ceia vestido como Sínthia, nome que teria se tivesse nascido menina. Fala de uma transformação necessária  e ininteligível como tudo o que é necessário, e sobre a incapacidade de aceitar aquilo que não se possui. “Matamos aquilo que não entendemos.” Escrita em 2014, a obra mais do que nunca se mostra atual  e necessária pela maneira como a intolerância alicerçada em certezas e interesses, vem se tornando o modo principal de nos relacionar tanto no campo pessoal como social”.
Kiko Marques
 
Assista ao teaser da peça:
                                                                                                                                                                       

 
SÍNTHIA
Instituto Cultural Capobianco – Teatro da Memória (30 lugares)
Rua Álvaro de Carvalho, 97, Centro (próximo ao metrô Anhangabaú)
Telefone: (11) 3237.1187
Bilheteria: abre um hora antes do início do espetáculo, nos dias de apresentação.
Vendas: www.compreingressos.com
 
Segundas e Terças às 20h
Ingressos: R$ 20
 
Duração: 165 minutos
Recomendação: 14 anos
 
Sobre a Companhia
A Velha Companhia surgiu em 2003 em São Paulo. Foi formada por Kiko Marques, Alejandra Sampaio e Virgínia Buckowski. Desde então, sua pesquisa continuada, com enfoque numa dramaturgia que nasce de um processo colaborativo, bem como montagens de textos que dialogam com essa pesquisa, gerou os seguintes espetáculos: Valéria e Os Pássaros, de José Sanchis Sinisterra (2015) Cais ou Da Indiferença das Embarcações (2012/13/14/15/16), O Travesseiro (2011/10/09), Ay, Carmela! (2011/10/09/08), Crepúsculo (2006/05) e Brinquedos Quebrados (2004/03).

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