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Tucanos continuam com Temer, mas tentam salvar a pele de Aécio

Depois de uma reunião de seis horas realizada em Brasília, a cúpula do PSDB anunciou na noite desta segunda-feira (12/6) que permanecerá na base aliada ao presidente Michel Temer.
“O PSDB nāo fará agora nenhum movimento no sentido de sair do governo. A decisão foi de que ministros nāo sairão do governo”, declarou o senador José Serra (SP), ex-ministro das Relações Exteriores do atual governo.
A decisão pode sinalizar um acordo entre os tucanos e o PMDB para evitar a prisão do senador afastado Aécio Neves, em troca de apoio para que Temer possa terminar o mandato. O pacto também revela a preocupação em firmar uma aliança entre PMDB e PSDB, visando às eleições de 2018.
Entre os defensores do acordo estavam o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito de São Paulo, João Doria, com o argumento de que é preciso fazer alianças para enfrentar o Partido dos Trabalhadores.
Deu no Nocaute:
Tucanos descem do muro. Do lado errado.
Fernando Morais: só faltava vender o Brasil? Então não falta mais nada.
Estado Maior tucano garante enterro de luxo a Aécio Neves
O PSDB tem quatro ministros no governo: Bruno Araújo (Cidades), Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo), Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores) e Luislinda Valois (Secretaria de Direitos Humanos).
Serra afirmou que este deve ser um momento para trabalhar pelo país e que o apoio se justifica, pois Temer honrou os compromissos assumidos. O partido conta com a terceira maior bancada do Congresso e é o principal aliado do PMDB no governo. São 10 senadores e 47 deputados federais.
Já o ex-prefeito de Sorocaba (SP) e ex-deputado federal do PSDB Antonio Carlos Pannuzio admitiu a possibilidade de deixar o governo, se a Procuradoria-Geral da República apresentar uma nova denúncia contra o presidente, conforme a Folha de S.Paulo publicou.
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Esta foi a primeira manifestação oficial do PSDB após o julgamento da chapa Dilma-Temer, realizado na última semana.
O vice-presidente do partido, Alberto Goldman, já havia sinalizado que os tucanos deixariam o governo e apoiariam Temer na transição, com sucessor escolhido pelo Congresso.
A presidência do PSDB é exercida interinamente pelo senador Tasso Jereissati (CE), desde que o Aécio Neves foi afastado do Senado e da liderança do partido. “Vamos avaliar diariamente. Todos os dias têm surgido fatos novos e vamos estar atentos”, disse Jereissati.
No dia 2 de junho, Aécio foi denunciado pela PGR por corrupção passiva e obstrução de Justiça. Desde entāo, nāo fez nenhuma aparição pública.
Ao sair da reunião, o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Ricardo Trípoli (SP), concedeu entrevista coletiva e disse que houve divergências quanto à permanência dos ministros no governo. Mencionou também a possibilidade de o partido recorrer à decisão do TSE de absolver a chapa vencedora das eleições presidenciais de 2014.
Repercussão
Depois do anúncio de apoio do PSDB a Temer, um dos autores do pedido de impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff, o jurista Miguel Reale Jr, ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso, anunciou que deixará o partido, segundo O Estado de S. Paulo.
“Espero que o partido encontre um muro suficientemente grande que possa servir de túmulo”, afirmou Reale ao jornal.
A senadora (PMDB-GO) Kátia Abreu criticou o PSDB: “No impeachment de Dilma, o PSDB era tão rigoroso com a corrupção,com a ética e seus principios. Discursos longos e vigorosos. Que coisa não é?”, escreveu em seu perfil no Twitter.
A senadora Maria do Rosário (PT-RS) comentou que “Dia 12, dos namorados, PSDB nāo rompeu afeto com o governo Temer. Se continuar assim, no dia 24, de São João, tucanos vão estar é dentro da fogueira”.

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