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Brasil tem terceiro domingo de manifestações contra Temer

Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Recife (PE) e São Paulo (SP) tiveram protestos pedindo a saída de Michel Temer da presidência e a convocação de eleição direta. As manifestações também são contra as reformas da Previdência e da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que deve ser votada pelo Senado até 28 de junho.
Em São Paulo, o ato Mulheres por Diretas, Mulheres por Direitos aconteceu no Largo do Arouche, no centro da cidade. A convocação foi feita por movimentos feministas que denunciam a perda de direitos e a falta de representatividade das mulheres no governo Temer.

Largo do Arouche no domingo (Foto: Kátia Passos/Jornalistas Livres)


Estava presente a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo de Dilma Rousseff, Eleonora Menicucci. “Temer não será deposto pela Rede Globo, será deposto por nós, nas ruas”, disse Eleonora.
A ex-ministra alertou para o risco de consolidação de um “fascismo social” que ataca os direitos das mulheres. Como exemplo, citou a disputa judicial entre ela e o ator Alexandre Frota, em que foi condenada a pagar R$ 10 mil reais por ter afirmado que o ator estimula a cultura do estupro.
“Não é só contra mim, é contra todas as mulheres. Nenhuma mulher a menos. Pela descriminação e legalização do aborto. Tudo isso só será conquistado com eleições diretas. Não existe democracia sem o voto soberano. Nós queremos votar. Com esse Congresso que está aí, não conseguiremos nada”, declarou Eleonora.
“Sai daí, Temer golpista! Eu quero mais do que as diretas, eu quero direitos. Aqui tem guerreira, o Brasil não é feira”, afirmou, do palco, a MC Bárbara Bivolt. A rapper Luana Hansen ressaltou a luta por direitos: “Nenhum direitos a menos. Enquanto a Justiça estiver fazendo isso, a gente vai lugar pelos nossos direitos.”
Miriam Hermógenes, da Central de Movimentos Populares (CMP), convocou as mulheres a participarem da greve geral marcada para o próximo dia 30, contra as reformas e pela saída de Michel Temer. “A greve não é dos sindicatos. É dos trabalhadores e trabalhadores. Se não pararem essas reformas, se o temer não cair, o Brasil vai parar.”
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Em Porto Alegre, o ato-show foi organizado por artistas do coletivo Cultura pela Democracia, com apoio da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo e da Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT-RS). Artistas, movimentos sociais e partidos se reuniram no Parque da Redenção durante a tarde.
Na capital pernambucana, o ato-show Recife Pelas Diretas Já aconteceu no Cais da Alfândega, centro da cidade, e durou até meia noite.
“Estamos presentes no ato pelas diretas já!, É um movimento que vem crescendo e criando força pela saída do golpista da presidência. Precisamos resgatar nossa democracia, e garantir os nossos direitos conquistados à custa de muita luta e sangue dos que nos antecederam”, disse Carlos Veras, presidente da CUT-PE.
Em Salvador, o ato foi no Farol da Barra, com a participação de Daniela Mercury, da banda BaianaSystem, das cantoras Márcia Castro, Larissa Luz e do maestro Carlos Prazeres, da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA). Veja como foi:

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  1. Avatar

    Que beleza!!!
    Vale rememorar: nos anos 1983/1984 o Movimento Diretas Já começou da mesma maneira: comícios e manifestações em diversas cidades brasileiras, encabeçados por políticos e artistas simpáticos à causa, culminando com 1.500.000 pessoas no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, no dia 16 de abril de 1984.
    Sem a participação da imprensa televisiva (a rede globo, pra variar, era contra, chegando ao desplante de anunciar que uma manifestação na Praça da Sé, com mais de 300.000 pessoas, em 24/01/84, era pela comemoração do aniversário da capital paulista…)
    Aos poucos chegaremos lá…. FORA TEMER!!!

  2. Avatar
    José Eduardo Garcia de Souza says:

    Se o que vai derrubar Temer é o povo nas ruas, então esqueçam. Estes tais “três domingos de manifestações contra Temer” não conseguiram levar mais do que poucos milhares às ruas. São comícios-festa para atrair gente que de outra forma não iria e fazer militantes darem pulinhos e ficarem repetindo mantras inócuos. Vide o fiasco que ocorreu no Rio, mesmo com Caetano Veloso e outros, e ontem em São Paulo.

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