Brasil

Não podemos fazer o o jogo do inimigo

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Por Wadih Damous*
 
Com o nítido objetivo de atingir Lula e o PT, além de criminalizar a atividade política, a Rede Globo noticia a megadelação dos mafiosos da Odebrecht na base da enxurrada, atirando na mesma vala comum casos de enriquecimento ilícito, caixa dois e doação legal.
Nesse vale tudo para deslegitimar a política, a mídia monopolista conta com o apoio decidido de seu sócio na aventura golpista, o sistema de justiça. A propósito, O Dia da Infâmia, 17 de abril, acaba de completar um ano.
Desde que uma assembleia de bandidos comandada por um bandido abriu caminho para a cassação da presidenta Dilma, o Brasil segue sua toada rumo às trevas, com a entrega das nossas riquezas aos estrangeiros e a liquidação de direitos e conquistas trabalhistas, previdenciárias e civilizatórias.
Em pleno estado de exceção, fruto da revogação dos direitos e garantias individuais, e do engolfamento das instituições políticas da República pelo Judiciário e Ministério Público, o estardalhaço em torno da delação dos donos e executivos da Odebrecht está umbilicalmente ligado à aproximação do depoimento de Lula a Moro marcado para 3 de maio.
Para simular isenção, tucanos de alta plumagem são citados em tenebrosas transações e o presidente ilegítimo Temer é acusado de negociar 40 milhões de propina dentro do Palácio. No entanto, esses casos merecem da mídia velhaca apenas uma cobertura lateral, envergonhada e sem nenhum destaque.
Já às acusações contra Lula são destinados 60% do tempo das últimas edições do Jornal Nacional. As ilações contra o ex-presidente ocupam todas as manchetes dos jornalões e revistas semanais. Tudo porque Lula é o inimigo a ser batido. Só ele tem couraça para enfrentar e derrotar as arbitrariedades do sistema de justiça que governa o Brasil bem como qualquer outro candidato que apareça pela frente, como mostram todas as pesquisas.
Enquanto Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin são alvos de graves denúncias de recebimento de milhões no exterior, Lula é massacrado porque o mafioso-mor da Odebrecht, na certa falando o que o juiz Moro quer ouvir, delata a abertura por parte de sua empresa de uma “conta amigo”, a ser movimentada por Lula na medida de suas necessidades, mas que ao fim e ao cabo teria sido operada por prepostos. Acusação mais vaga e inconsistente impossível.
Está em curso a utilização em larga escala de técnicas de publicidade opressiva visando a destruição da imagem do ex-presidente. A ideia é vencer pelo cansaço, levando os eleitores de Lula, simpatizantes e militantes do PT a desconfiarem de que algo há de errado na conduta de Lula e na sua relação “promíscua” com as empreiteiras. A enxurrada seletiva contra Lula cumpre o objetivo de confundir e dar foro de verdade a essas acusações.
É preciso calma nesta hora. A Globo é inimiga do povo brasileiro. E não podemos fazer o jogo do inimigo. Sabemos que Emílio Odebrecht, cujo dedo acusador tem mirado Lula, é um mafioso sem credibilidade. Outra sábia decisão é evitar a todo custo julgamentos de natureza moral.
Lutar pela democracia hoje é lutar para que Lula tenha garantido o direito de ser candidato. Conclamo a militância da esquerda a desligar a Globo News e marchar para Curitiba. O desafio da resistência democrática é impedir que encostem a mão no Lula.
 
 
*Wadih Damous – Deputado federal (PT-RJ). Foi presidente da OAB-RJ

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