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Felicidade Fechada será lançado hoje, 16, em São Paulo.

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A força de expressão narrativa de Felicidade Fechada encontra-se na consanguinidade entre a memória afetiva e a memória material concreta de uma filha que tece, recordando-se do pai na sua dimensão de força e fraqueza, coragem e fragilidade, como cidadão anônimo e político. Em suma, como “um humano, demasiadamente humano”, contornando aquilo que condiciona, no sentido positivo, a ação política: os laços de fraternidade e solidariedade. Como salienta José Genoino no Posfácio da edição: “Este livro de Miruna é o contato vivo com a memória, olhando o presente e o futuro de uma maneira muito concreta”. A publicação ainda conta com prefácio do vereador eleito Eduardo Suplicy, amigo da família: “Miruna relata como seu pai havia tido ‘uma história brilhante, iluminada, cheia de reconhecimentos e vitórias, e de repente virou um condenado, um político sem princípios, alguém relacionado ao dinheiro e não à luta por igualdade e justiça”. A leitura deste livro ajudará as pessoas a encontrar a verdade e a conhecer a inocência de seu pai. Permitirá que conheçamos como Miruna, seus irmãos e filhos ‘foram criados por um pai exemplar, um avô iluminado e que jamais roubou nada de ninguém nem deixou de seguir os princípios de justiça e igualdade que sempre o guiaram. ”
Condenado em 2012, José Genoino ocuparia, desde a primeira acusação, em 2005 – ainda na função de presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) -, as principais manchetes de jornais, revistas, programas de TV e de rádio do Brasil e do mundo. Em seus escritos, Miruna pontua uma rede que não salta aos olhos imediatos da população brasileira: tessituras do longínquo e da proximidade no afeto, com as imagens “políticas e poéticas” evocadas pela autora ao se recordar do pai, ainda menino, que andava a pé por uma estrada de terra batida de 14 km para frequentar a escola no sertão do Ceará. Ou, ainda, trazer a lembrança no sofá da sala de visitas da casa da família: espaço de muitas alegrias, hesitações, como também de notícias que mudariam, temporariamente, o rumo de suas vidas.  
Ao longo de 266 páginas, dividido em duas partes, Felicidade Fechada é um testemunho não apenas individual, mas, antes, um diálogo entre pai e filha que verbaliza, em seu íntimo como escritura, aquilo que perpassa o senso coletivo político. Isto se refletiu, por exemplo, na ajuda de desconhecidos em redes sociais – como o Facebook – quando a autora necessitava expor as verdadeiras notícias do processo, as angústias, anseios e incertezas, durante os anos da primeira delação premiada até a liberdade, em 2014.
Dividido em capítulos cronológicos, pontuados por lembranças do passado, a primeira parte do livro, com prefácio de Eduardo Suplicy, expõe o “como tudo isso começou”, desde o convite do PT para que Genoino ocupasse o cargo de presidente nacional do partido, até a primeira delação premiada, em 2005, que colocou José Genoino como réu do processo. Na sequência, apresenta a inversão entre as esferas da vida pública e privada da família; a notícia da internação do pai – que culminou numa cirurgia de dissecação da aorta, com 90% de chances de risco de morte – e o decreto de prisão em 13 de novembro de 2013.

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  1. Avatar
    Fernanda Rêgo says:

    Olá, gostaria de saber como proceder para adquirir o livro da Miranda, vez que resido em Recife-PÉ. Acaso poderei fazer uma reserva na Livraria Cultura daqui? Ou adquirí-lo via Boleto?
    Sou uma admiradora da trajetória ímpar do Jenuíno e gostaria muito de comprar 1 ou até mais exemplares.
    Grande Abraço
    Fernanda

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