Bom, hoje eu gostaria de falar um pouco sobre o Fórum Social Mundial que está sendo realizando em Salvador.
Primeiro porque um Fórum Social Mundial já nos faz refletir sobre o mundo em que nós estamos vivendo e sobre o fato de que um novo mundo é possível.
Não é necessário que nós tenhamos que viver em um planeta onde tudo é determinado pelo lucro das grandes empresas, pelo capital financeiro. É possível viver em um mundo onde o elemento da solidariedade e da cooperação estejam mais presentes.
Elementos que estiveram muito presentes na política externa do presidente Lula, porque ela quando foi altiva e ativa, não foi apenas um enfrentamento com as grandes potências nas situações difíceis, ela foi também uma política externa voltada para África, voltada para América do Sul.
Eu me recordo de um pensador africano que me disse uma frase muito bonita, disse que para todo problema africano existe uma solução brasileira. Isso é como era naquela época, hoje em dia menos, o que me traz também outras recordações.
A primeira grande viagem que o presidente Lula fez saindo do Brasil foi justamente ao Fórum de Davos. De lá nós fomos para a Alemanha e França para encontros com o chanceler Schröder e com o Presidente Chirac.
Lula foi a grande atração do Fórum de Davos, o que foi interessante porque ele tinha saído do Fórum Social Mundial brasileiro e ido a Davos. Naquela época, tínhamos todos a sensação que era possível conciliar os interesses em uma capitalismo não tão espoliativo, com uma política mais solidária de reforma. A fome zero foi o principal tema que o levou até lá.
Na época, acho que nem sequer o Bolsa Família estava totalmente desenvolvido, o programa de erradicação da fome era algo muito presente e todos ouviam com muito interesse.
Hoje, olhando para o panorama da América Latina, dos países em desenvolvimento em geral e também para essa sanha do capital financeiro mundial, isso nos deixa com uma grande dúvida: É possível haver essa conciliação novamente?
Estamos vivendo um momento crucial. Este embate deve ocorrer nas próximas eleições, mas para que ele ocorra de uma maneira correta é preciso um outro fator que também será tratado no Fórum Social Mundial – a questão da possibilidade do presidente Lula se apresentar como candidato.
É preciso dizer, mais uma vez, que isso não é apenas o direito humano do presidente Lula. Ele próprio tem insistido muito em sua inocência e em sua dignidade, ele tem toda a razão de fazer isso porque ele é um ser humano como outros, mas nós, como povo, como cidadãos brasileiros, também temos os nossos direitos.
Vamos pensar nisso.
A democracia não é decisão tecnocrática de dois ou três juízes, a democracia é a soberania popular. Eu não vou nem comentar as inconsistências das sentenças porque outros já o fizeram, mas vamos pensar na soberania popular e no direito que o povo tem de escolher seu presidente de escolher seu governante.
No caso do presidente Lula, eu tenho o acompanhado em várias situações, eu vejo que o povo já escolheu o programa que ele quer. O povo quer o presidente Lula, foi o presidente Lula que melhorou a vida das pessoas. Não é só uma identificação, não é só o carisma, não é só a capacidade de se comunicar com o povo. É o fato de que o povo sabe que a vida melhorou. A vida de todas as pessoas melhorou substancialmente durante o governo do presidente Lula.
Então, vamos fazer uma coisa, vamos deixar o povo escolher, vamos deixar o povo decidir quem vai governar o Brasil.
