Brasil

Ainda sobre o 8 de março: “Há uma longa luta pela frente”.


Bom dia, minhas amigas e meus amigos do Nocaute.
Hoje vamos comemorar o Dia Internacional da Mulher. Lembrando que essa luta começou no início do século 20. As condições de trabalho das mulheres pelo mundo eram piores que a dos homens. Em Nova Iorque as mulheres se levantaram, 15 mil mulheres saíram às ruas. No Brasil, após o incêndio numa fábrica de blusas com dezenas de vítimas homens e mulheres, a luta foi também para as ruas.
Mas foi na Rússia, na Europa, onde o movimento socialista criou o Dia Internacional da Mulher. Clara Zetkin dirigiu essa luta. Na Rússia, dia 23 de fevereiro, as mulheres tomaram as ruas pela paz, contra a guerra, pela liberdade, pelo pão. Esse dia, no novo calendário gregoriano é o dia 08 de março, que só foi reconhecido pela ONU como Dia Internacional da Mulher em 1975.
Portanto, há uma longa luta das mulheres por seus direitos civis e políticos. Em nosso país a mulher era considerada incapaz pelo nosso código civil. Não tinha o direito de voto, mas as mulheres lutaram e conquistaram na Constituinte de 1934 e votaram para presidente em 1945.
Este ano, em todo o mundo, em 170 países as mulheres ocuparam as ruas e fizeram greve. Na Espanha, uma grande greve de mulheres parou o país. Os homens continuaram trabalhando, mas as mulheres deram o exemplo. Querem o fim da discriminação das empresas e nos cargos públicos, a diferença salarial, a desigualdade dos trabalhos domésticos e principalmente o fim violência, do feminicídio de honra e da violência doméstica.
Seja no Paquistão, seja na Irlanda, seja na Argentina as mulheres se levantaram pela descriminalização do aborto. E a denúncia dura contra a violência e contra o feminicídio. Essa luta prova que a conquista, como aqui no Brasil foi a conquista da delegacia da mulher e da Lei Maria da Penha, vem da luta. Da luta política, da luta social, da luta cultural. Das ocupações das ruas, da denúncia da impunidade, da exigência da aplicação da lei para todos.
E as mulheres o fizeram. Elas conquistaram os direitos que têm hoje. Mas o mundo ainda vive em muitos países com as mulheres em condições praticamente sub humanas, sem direito de votar, sem direitos civis, depende da autorização do marido para tirar uma carteira de habilitação, não podem assumir sua própria vida.
Portanto, há uma longa luta pela frente. Mas hoje nós podemos saudar essa grande manifestação em todo o mundo deste ano. E lembrar as mulheres que caíram no Brasil na luta contra a ditadura, torturadas, assassinadas, que deram a vida pela liberdade e pelos direitos da mulher.
E lembrar a longa história de lutas das mulheres camponesas brasileiras, representadas por Margarida Alves. A longa luta das mulheres pela liberdade, representada por Zuzu Angel, Iara Iavelberg e tantas outras.
Recordar sempre que a luta fez a lei. Recordar sempre que muitos deram a vida pela liberdade.

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