Brasil

MPF se mobiliza contra realização do Tribunal Popular da Lava Jato

Via Brasil de Fato
Daniel Giovanaz
A Procuradoria da República no município de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, enviou ao Ministério Público Federal (MPF) do Paraná um alerta sobre o evento “Tribunal Popular: Julgamento da Lava Jato”, agendado para a próxima sexta-feira (11), em Curitiba. O ofício nº 583/2017 chama a atenção para uma suposta tentativa de “achincalhar o sistema judiciário”, com potencial de “induzir cidadãos a erro e criar falso senso de autoridade pública”. O documento foi enviado pelo procurador Alexandre Schneider e endereçado à procuradora-chefe no Paraná, Paula Cristina Conti Thá.
Organizado pelo Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia (CAAD), o Tribunal Popular nada mais é que um julgamento simulado das ações da operação Lava Jato. A ideia é que a população se familiarize com as etapas de um processo, até a divulgação da sentença, e ao mesmo tempo conheça os principais argumentos contrários e favoráveis à operação Lava Jato.
Na semana passada, a Corregedoria Geral de Justiça do Estado de Alagoas abriu uma sindicância contra o juiz Marcelo Tadeu Lemos, que confirmou presença como presidente do tribunal simulado. O magistrado interpretou aquele acontecimento como uma represália. “Eu entendo isso como uma forma de pressão para eu desistir de participar do Tribunal Popular”, informou à reportagem do Brasil de Fato. “Não podemos aceitar a ditadura do Judiciário”.

Foto: Pedro Carrano


Resposta
Informada sobre o conteúdo do ofício enviado pela Procuradoria de Bento Gonçalves, a organização do Tribunal Popular criticou o ambiente de pressão criado em torno do evento. “Um órgão que tem como dever ser o guardião da Constituição não pode pretender restringir o direito à informação, as liberdades de reunião para fins pacíficos, a liberdade de expressão de opinião, a liberdade de expressão artística e cultural e o direito à educação”, afirmou em nota.
“Não seria razoável que, por exacerbado sentimento corporativo, setores do MPF buscassem impedir a manifestação popular pacífica na qual se configura o evento”, prossegue o texto da nota. “A organização do Tribunal Popular da Lava Jato reitera o juramento e o compromisso de exercício da advocacia com dignidade e independência na defesa da Constituição, da ordem jurídica, do Estado Democrático, dos direitos humanos e da justiça social”.
O julgamento simulado está marcado para a próxima sexta-feira, às 13 horas, em Curitiba. O local não foi divulgado por razões de segurança. Entre os participantes confirmados estão o jornalista e escritor Fernando Morais, o ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, e dezenas de juristas e professores especializados em Direito Penal e Constitucional.

Notícias relacionadas

  1. Avatar

    A justiça já está desmoralizada. Ministro do supremo que se encontra na calada da noite com o presidente que será/poderia ser julgado naquela instância, habeas corpus negado ao Rafael, pobre, negro, mas dado na alta madrugada para um banqueiro, um senador de um partido preso por tentativa de obstrução da justiça, outro senador de outro partido solto e pedido de prisão negado por ministro da corte suprema do país mesmo com gravação de que pedia propina e mandaria matar se delatado, a implacável perseguição a um único ex-presidente. Um pedido de anulação de impeachment contra uma presidenta honesta e confessado ter sido feito com compra de deputados e senadores por quem o forjou (temer, e agora cunha) mofando no STF, sem data para julgar. Poderia continuar, mas a lista não caberia aqui. Justiça, no brazil, é para alguns. Esse é o sentimento dos brasileiros. Que, pelo menos, a livre manifestação não seja coibida pela justiça.

    • Avatar

      Pois é, e agora até a dona Raquel Dodge, futura PGR, está encontrando com o Temer na calada da noite. Tem coisa aí, gente! Essa dona Raquel vai ser a Engavetadora Geral da República, tal qual o sr. Brindeiro o foi no governo FHC!

  2. Avatar

    A procuradora Raquel Dodge ter encontro com temer no Jaburu, na calada da noite , escamoteado pelas moitas que o golpista mandou colocar, isto pode Sr. procurador schneider ?
    E as delações premiadas firmadas pelo MPF, refugadas pela PF por não terem provas, apenas convicções, sem prejuízo algum para os delatores, isto pode Sr. procurador ?
    Dallagnol, o procurador missionário ainda não divulgou quanto arrecada nem quem paga suas palestras, isto pode sr. procurador ?
    Francamente, o MP prega moral de cuecas, manchadas de batom vermelho pitanga ….

    • Avatar

      E dentre outras ainda pode um procurador da República, cheio de discurso moralista como o Dallagnol, comprando imóveis de um programa de habitação para pessoas de baixa renda, como o Minha Casa Minha Vida.
      E ainda pode juízes e procuradores ganharem altos valores de auxílio moradia mesmo tendo imóvel.
      E pode também fazerem mutretas para ganharem acima do teto constitucional.
      Tem que colocar um freio republicano nesses caras.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *