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Não há evidências de “imunidade de rebanho” em Manaus, São Paulo ou qualquer outro local do Brasil, afirmam OPAS/OMS.

Boletim da evolução da pandemia de Coronavírus no Brasil e nos 25 países mais afetados. Atualizado todos os dias às 20hs, junto com os dados do dia anterior, para efeito comparativo.

Covid-19 no Brasil e no mundo – 14 Julho 2020

O braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas afirmou nessa terça-feira (14/07) que “não há nenhuma evidência de que a imunidade de rebanho possa ter sido atingida em qualquer parte do Brasil”. A chamada imunidade de rebanho ocorre quando o percentual de pessoas imunes ao vírus em uma dada população é tão alto que impede que a doença siga circulando. A afirmação foi feita por Marcos Espinal, diretor do departamento de doenças contagiosas da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), da OMS, em entrevista à BBC News Brasil.

Nos últimos dias, epidemiologistas e novos estudos passaram a sugerir a possibilidade de imunidade coletiva como explicação para a redução sustentada de novos casos de Covid-19 em áreas como São Paulo e Manaus, que sofreram com surtos graves de coronavírus e têm experimentado momentos de reabertura e maior circulação de pessoas sem novos picos da doença.

A questão foi levantada a partir do que escreveu o biólogo Fernando Reinach em sua coluna no jornal O Estado de S. Paulo, no último sábado: “Em Manaus, o número de casos subiu rapidamente, não foram adotadas medidas drásticas de isolamento social, os mortos foram enterrados em valas comuns no pico, e logo em seguida o número de casos diminuiu. Qual a causa dessa rápida queda do número de infectados em Manaus? Teria a cidade atingido a imunidade de rebanho? Um modelo matemático demonstra que isso pode ter ocorrido, e talvez esteja ocorrendo em cidades como São Paulo.”

De acordo com Espinal, seria necessário que algo entre 50% e 80% da população tivesse desenvolvido anticorpos contra Covid-19 para que a possibilidade fosse aventada. Hoje, a OMS trabalha com uma taxa de prevalência de anticorpos em cerca de 14% da população da capital do Amazonas e pouco mais de 3% em São Paulo.

Visão diária dos principais indicadores da pandemia pelo mundo

Os três países com as maiores taxas de letalidade (relação entre casos confirmados e mortes) são Reino Unido com 15,4% (para cada 1.000 infectados, 154 vão a óbito), Itália (14,4%) e França (14,3%).

Nas últimas 24 horas, os três países com o maior número de novos casos são Estados Unidos (61.552 novos casos), Brasil (41.857) e Índia (28.498); os três países com as maiores taxas de crescimento percentual de casos em relação ao dia anterior são África do Sul (8%), Índia (3,2%) e Argentina (3,1%).

Nas últimas 24 horas, os três países com o maior número de mortes são Brasil (1.300 mortes no dia), Estados Unidos (755) e Índia (553); os três países com as maiores taxas de crescimento percentual de mortes em relação ao dia anterior são África do Sul (6,5%), Argentina (3,6%) e Iraque (2,9%).

No acumulado da semana (últimos 7 dias), os três países com as maiores taxas de crescimento de casos confirmados são África do Sul (45%), Argentina (28,4%) e Colômbia (28,1%); os três países com as maiores taxas de crescimento de mortes são África do Sul (31,3%), Colômbia (30%) e Iraque (24,6%).

Os dados foram publicados pela Johns Hopkins University e Worldmeter.

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