Brasil

Governo manipula números para confundir, esconder e minimizar pandemia

A noite de domingo (7) foi a mais confusa para se entender como anda a pandemia de coronavírus no Brasil. Durante a gestão de Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde, os números eram fornecidos durante a coletiva do ministro, às 17 horas. Mandetta caiu, veio Nelson Teich e as coletivas tornaram-se raras e quando aconteciam, eram às 19 horas. Agora, com o interino no cargo – general Eduardo Pazuello – a situação piorou.

Desde a semana passada, o número de mortos começou a ser divulgado por volta das 22 horas, para “não ter mais notícia no Jornal Nacional”, segundo o presidente da República revelou na porta do Palácio da Alvorada.

Como o JN resolveu dar os números em plantão, o que chama mais atenção, o governo resolveu confundir. Ontem, uma reportagem do Fantástico foi interrompida para que os apresentadores Tadeu Schmidt e Poliana Abritta, informassem os dados: 1.382 mortos. Uma hora e meia depois, o Ministério da Saúde, sem dar a menor explicação, informou que o número de mortos das últimas 24 horas era de 525, uma diferença de 857.

Além do mais, o governo não fornece mais o número total de vítimas, sequer os dados de cada Estado.

Um portal paralelo do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde, que reúne os gestores dos 26 estados e do Distrito Federal, entrou no ar ontem, informando os dados da pandemia, atualizado às 17 horas.

Ainda na noite de domingo, o empresário Carlos Wizard, desistiu de assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos e deixou o cargo de conselheiro do Ministério da Saúde.

A decisão foi tomada depois da repercussão negativa de sua declaração dizendo que os mortos deveriam ser recontados porque governos estaduais estariam super dimensionando os números para receber mais recursos.

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