Não foi a manchete principal da edição de domingo (5) da Folha de S.Paulo, afirmando que a maioria dos brasileiros não quer a sua renúncia, que acalmou os ânimos do presidente da República. Ele ainda não digeriu a manchete de sábado (4) do mesmo jornal: “Pasta de Mandetta tem 76% de aprovação, Bolsonaro, 33%”.
O presidente disse que algo subiu à cabeça de integrantes de seu governo e que “a hora deles vai chegar”, pois não tem “medo de usar a caneta”. Só faltou dizer que a tal estrela tem nome: Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde.
Bolsonaro é um especialista em frituras. Foi assim com o ministro da Justiça, Sergio Moro, com Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral, morto há vinte dias de infarto, e com o secretário de Governo Carlos Santos Cruz.
Bolsonaro sabe que demitir Mandetta agora, seria a gota d’água para explodir uma crise ainda maior do que a que o governo está vivenciando. O presidente chegou a dizer em entrevista à Rádio Jovem Pan que ele e Mandetta “não estão se bicando” já faz tempo e que falta ao ministro da Saúde “um pouco mais de humildade”.
No domingo, Bolsonaro só aumentou o fogo da fritura. Na manhã desta segunda-feira (6), uma nova pesquisa Datafolha diz que 76% dos entrevistados querem que as pessoas fiquem em casa, o que deve ter enfurecido ainda mais Jair Bolsonaro, que quer ver todos na rua.
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