Brasil

Ao lado do papa, Lula demonstra sua força política descomunal

As imagens de Lula ao lado do papa e a respectiva mensagem de amor e fé propagada por ambos enlouqueceram a direita odienta no Brasil.

Lula vai vencendo a batalha da comunicação mais uma vez. É um fenômeno. Milhões de teses e teorias sobre como vencer a indústria das fake news de Bolsonaro, e Lula faz simplesmente o básico: agenda humanística, autenticidade, articulação política, discurso calibrado e muita disposição.

Não adianta inventar a roda. Os tempos mudaram, as tecnologias se renovaram, mas a linguagem humana continua a mesma, com sujeito, verbo e objeto.

Se Lula não puder ser candidato em 2022, aonde ele apontar o dedo será acumulada uma montanha de votos – exatamente o que ocorreu em 2018, mas com uma diferença: agora, ele está “solto”.

Então, é hora de mais confiança e menos autoflagelo. Lula é inteligente demais para aceitar a agenda regressiva comunicacional da direita deslumbrada e debochada. O deboche (aliado ao ódio) é ferramenta retórica de forte eficiência, mas a história do riso e do escárnio demonstra que a duração desses ciclos é limitada.

Lula passa uma tranquilidade necessária à esquerda brasileira nesse momento. Todos assistimos o fracasso da direita ainda condoídos pelo trauma do golpe, mas com a certeza de que o debate público vai voltar – e vencer o PT no debate não é tarefa fácil.

Os adversários – do PT, da democracia, do Brasil – já entram em desespero. Paulo Guedes consagra o lugar da direita como inimiga dos pobres e Bolsonaro consagra a si mesmo como o maior idiota inútil da história do país, infestando seu governo de generais porque não tem articulação política e porque é um covarde.

Claro que é importante não subestimar o bolsonarismo, ainda mais porque ele conta com o apoio envergonhado da nossa imprensa.

Mas, convém não superestimar também.

Mais que isso: convém não subestimar a si mesmo e não subestimar o PT, que nadou de braçada nas últimas 5 eleições para presidente, sendo sabotado em todas e perdendo apenas a última (que mobilizou fraudes múltiplas e uma indústria gigantesca e inédita de fake news).

A imagem de Lula com o papa transmite essa esperança, essa certeza. Ela recoloca aquele clima que nos tomava desde 1989 e que nos acompanhou por 13 anos, até vencermos, finalmente, os poderosos representantes do mercado financeiro e elegermos Lula em 2002.

Lula vai conseguir mais essa proeza. Depois de sofrer os maiores ataques que uma pessoa pública já sofreu na história, depois de ser acusado de tudo, de ser preso, de perder familiares pelo ódio que se lhes era projetado pelas classes abastadas, inseguras, rasas e egocêntricas, este trabalhador nordestino vai mostrar mais uma vez à nossa elite subdesenvolvida como é que se faz.

E vai mostrar como é que se faz em todos os níveis. Na articulação política, no discurso, na comunicação e no novo patamar de governança que lhe cairá no colo.

Lula – é preciso dizer – é um ser iluminado. A história gosta dele. A conjuntura tem tesão por ele. Ele vai pegar um Brasil destroçado pelo bolsonarismo e vai ter a oportunidade de construir tijolo por tijolo, tudo de novo.

Quase como uma reprise da herança maldita que herdamos de FHC e do PSDB.

Quando Bolsonaro cair/sair, o mundo estará sedento para ter o Brasil de volta. Haverá espaço para um crescimento econômico inédito, para uma nova rodada de protagonismo internacional, para mais um ciclo de programas sociais de nova geração, enfim, para um governo dos sonhos, justamente como foram os governos Lula.

É disso que eles têm medo: dessa volta triunfal de Lula, seja como protagonista-candidato, seja como indicador do candidato – o que, cá entre nós, seria ainda mais humilhante para essa direita vocacionada para a derrota.

Todos sabem – até as pedras e os rios – que o próximo presidente brasileiro passa pela chancela de Lula ou pelo próprio Lula. O quadro político caminha para esse desenlace, dada a tragédia social e econômica que esse governo de turno impõe ao país.

Todos os prognósticos da imprensa de cativeiro vão no sentido contrário, óbvio – o que é mais um reforço à tese de que Lula está mais forte do que nunca. O jornalismo convencional erra todas as previsões desde a redemocratização do país.

Se quiser saber como o país vai ou como o povo sente o país, leia os jornais convencionais e refaça o enunciado ao contrário. Ali está a resposta qualificada e aprovada sobre as nossas perspectivas políticas e econômicas.

Não falha.

Ademais, Lula, com seus 74 anos de monumental energia, inteligência, experiência e força, cadencia a retomada da democracia em um país inteiro como poucos líderes no mundo tiveram a oportunidade de vivenciar.

É mesmo um cara de sorte.

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