Brasil

A censura, de volta ao Pasquim

A turma do Pasquim, entre eles Millôr Fernandes, Henfil, Ziraldo, Paulo Francis, Luís Carlos Maciel, Sergio Augusto, Jaguar, Ivan Lessa, Fausto Wolff, fez história nos anos em que vivemos num regime de ditadura militar.

Lançado em 1969, sofreu com a censura que tinha como objetivo não somente proibir qualquer brincadeira com os militares, como asfixiar o jornal até a morte. Cinquenta anos depois, a censura volta a implicar com o tabloide, que circulou até 1991. Vamos explicar: Para comemorar os 50 anos do lançamento do Pasquim, o Sesc Paulista organizou uma exposição com os melhores textos e cartuns do jornal, além de hilárias capas. Uma verdadeira linha do tempo.

O programa Fique Ligado, da TV Brasil, emissora estatal, colocou na pauta a exposição e a reportagem foi feita pela equipe de São Paulo. Editado, o programa foi gerado para Brasília e lá sofreu os cortes, a censura. Sumiu do vt original, o episódio que conta a prisão de praticamente toda a redação do jornal, provocada por um cartum que mostrava Dom Pedro gritando à beira do Ipiranga: “Eu quero mocotó!” em alusão a uma música de sucesso do maestro Erlon Chaves.

A censura da TV Brasil cortou também a sonora de uma visitante que afirmava que “faz falta hoje em dia um jornal como o Pasquim”. E mais: a tesoura cortou também um trecho em que a repórter dizia que “o jornal irritou a ditadura militar”. A Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) argumentou que os cortes foram feitos para que o programa ficasse no tempo estabelecido pelo script do programa Fique Ligado.

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