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Grupo promove ação semanal na sede do MPF em Curitiba para cobrar explicações da Lava Jato

Com o objetivo de informar a população sobre as irregularidades praticadas pelos procuradores da Lava Jato, todas as quartas-feiras de toda semana, entre 12h e 14h, o “Coletivo pela Verdade, Justiça  E Democracia” promove uma ação em frente à sede do Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba, há cerca de quatro meses.

Marianna Camargo

O principal alvo da ação é o procurador da República Deltan Dallagnol, até então considerado o eixo central da operação, por seu discurso calcado na “prática e medidas contra a corrupção”, que exaltava seu compromisso transparente e ético com a sociedade.

Após a publicação das reportagens do Intercept, comprovou-se a contradição do seu discurso anterior pelo modo como o procurador age para obter resultados, o que compromete a condução e a lisura da operação, bem como sua condição como funcionário público federal.

Desde que o coletivo iniciou a ação, nenhum funcionário do órgão se pronunciou e também não enviaram nenhuma nota oficial. Porém, segundo o grupo, alguns deles já correram ou se esconderam dos manifestantes, uma vez que o ato acontece premeditadamente na hora do almoço. Um dos “filhos de Januário” desavisado já teve sua conduta interpelada em meio ao centro de Curitiba. Nenhuma das vezes algum deles sequer manteve o olhar fixo, conforme relato.

Vale lembrar que todos são servidores públicos devem prestar serviço e contas à sociedade civil, como dita a regra do estatuto.

A remuneração do procurador Deltan Dallagnol, de acordo com o Portal da Transparência do MPF, publicada no mês de agosto deste ano é de R$ 33.689,11 (trinta e três mil, seiscentos e oitenta e nove reais e 11 centavos). 

De acordo com um dos organizadores da ação, o advogado Felipe Mongruel, essa falta de resposta corresponde às recentes denúncias sobre Deltan Dallagnol e sua maneira escusa de conduzir as investigações. “Nossas faixas reproduzem as falas proferidas por eles mesmos. Nunca antes a população foi levada à crítica desta operação que é quase unanimidade aqui na capital do golpe. Certa vez o Carlos Fernando (Carlos Fernando dos Santos Lima- procurador do MPF que se aposentou em abril e se desligou da força-tarefa) se escondeu atrás das palmeiras do banco que fica na esquina e zapeando o smartphone, correu como Rocha Loures quando viu alguns manifestantes indo até ele”. O advogado afirma que foi uma corrida confessional, daqueles que se protegem em privilégios.

O coletivo continuará a realizar a manifestação pontualmente todas as quartas da semana, das 12h às 14h,  na sede do MPF, em Curitiba, localizado na Rua Marechal Deodoro, 933, Centro.

Assista ao vídeo da ação:


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