Começou com o governo cortando. Corta na educação, corta na saúde, corta tudo. Corta, corta, corta e você nunca tem notícia da palavra investimento.



Aí vem a manchete principal do jornal dos Marinho e nós ficamos sabendo para onde está indo o dinheiro dos cortes:

Uma colaboração do jornalista Mario Marona: “Mau jornalismo comparado:
- Manchete do Globo de domingo mente ao anunciar sem qualquer questionamento que o governo vai aumentar o Bolsa Família para criar uma marca social.
- Manchete da Folha de hoje informa ao noticiar que, na verdade, o governo vai congelar ou reduzir as verbas dos programas sociais, como o Bolsa Família”.

O Brasil acordou perplexo com uma das maiores bobagens já ditas por um jornalista nos microfones da Rádio Jovem Pan, de São Paulo: “Eu queria saber sobre esse casal. O Glenn passa o dia inteiro tendo chiliques no Twitter ou trabalhando como receptador de mensagens roubadas. Esse David fica em Brasília lidando com rachadinhas, que é o que está se investigando agora. Eu queria saber quem cuida das crianças que eles adoraram. É um caso pro Juizado de Menores investigar”. Quem disse essa barbaridade foi o jornalista Augusto Nunes, ex-Veja, ex-Época, ex-Jornal do Brasil, ex-Estadão, ex-Zero Hora e atualmente com o microfone da ultra-direitista Jovem Pan nas mãos.
Fiz jornalismo em dezenas de países no mundo democrático. Um limite absoluto, até em combate político, é não usar os filhos menores como alvo. A única exceção que conheço é o movimento Bolsonoro e esse lixo do JP e @Veja: se 2 pais trabalham, o Estado deve investigar seus filhos? pic.twitter.com/qbdnNfb2AK
— Glenn Greenwald (@ggreenwald) September 1, 2019
No Roda Viva de ontem à noite, assistimos uma aula de Jornalismo, com J maiúsculo. Glenn Greenwald foi derrubando um a um dos jornalistas convocados para colocá-lo numa fria. Houve uma jornalista que disse, por exemplo: “Então seria o caso dos jornais demitirem todos os jornalistas e contratar quatro hackers?” Praticamente nenhum entrevistador se interessou pelo conteúdo das conversas divulgadas pelo site The Intercept. Queriam saber se Glenn era ou não um “ladrão de notícias”.
O furacão Dorian, que vem destruindo o que vê pela frente, ganhou destaque maior apenas no Estadão, com uma foto vista do espaço.

Outros destaques que merecem registro:



O mesmo Globo abriu espaço para os traços de Chico Caruso e a pesquisa Datafolha divulgada ontem.

Na Folha, esfria aquela ideia de cruzar tucanos com democratas. O casamento entre PSDB e DEM esfriou.

Nos sites de notícia, a prisão do casal Garotinho. Quando a situação aperta, tem sempre um que vai parar no hospital e os Garotinhos na cadeia. Que tal mudar de assunto?
Ex-governadores do Rio Anthony Garotinho e Rosinha Matheus são presos no Rio de Janeiro. Denúncia investiga superfaturamento em contratos entre a prefeitura de Campos e a construtora Odebrecht para a construção de casas populares: https://t.co/I4W8lEijRg #GloboNews #EmPonto pic.twitter.com/iMXFDpcaLD
— GloboNews (@GloboNews) September 3, 2019
A popularidade de Bolsonaro caindo foi parar na capa de A Capa, o jornal que só tem capa.

Muito boa a capa da Piauí de setembro, que começa a chegar às bancas mais pro final da semana.

Dois jornais franceses, o Libération e o L’Humanité, estampam na primeira página o número assustador de feminicidios na França: 100, apenas nos oito primeiros meses deste 2019, o ano do cão.

E chegou hoje cedo às bancas da França, o número de setembro da Cahiers du Cinéma, com o filme Bacuri na capa. É um número especial sobre “Le Brésil de Bolsonaro”. Ainda não tivemos acesso ao conteúdo da revista. Voltaremos ao assunto.

Pra fechar, a charge da querida Laerte, na Folha de hoje.

