Brasil

Resposta do crítico de cinema Bruno Ghetti a respeito de post publicado no foicebook

Boa noite, Fernando

Sou o autor do texto na Folha de S. Paulo de hoje, em que escrevi uma sinopse do “Wasp Network” que você ironizou em um post no Facebook e no Nocaute.

Antes de mais nada, eu vi, sim, o filme aqui em Veneza. Eu me explico: no roteiro do Assayas (aliás, um pouco como no seu livro), a história é inicialmente narrada como se os cubanos que migram para a Flórida estivessem indo para lá para se unirem ao grupo que quer minar o governo castrista. Só depois de uma hora de filme é que um “twist” narrativo muito importante explica para o público qual a verdadeira atuação desses cubanos na Flórida. É um dos grandes charmes do filme: quebrar a expectativa do público depois de um certo tempo… Tudo o que eu fiz foi evitar um spoiler – e como eu tinha apenas uma frase para resumir, preferi narrar a do ponto em que o filme parte. Apenas isso.

Ou seja: na minha tentativa de não estragar o prazer do espectador, acabei levando a pecha de crítico que escreve sobre filmes sem ter visto (o que jamais fiz, porque sou um profissional sério). Tudo muito lamentável.

Suponho que não me conheça, mas fique tranquilo: só de Festival de Veneza, esta é a sexta vez que eu faço a cobertura, não sou nenhum iniciante irresponsável. Lamento muito aquele seu post, até porque o admiro bastante.

Bom, para encerrar, queria que lesse outra matéria minha, esta com mais espaço, que fiz também hoje, mas para o UOL (sou freelancer, sem vínculo empregatício com nenhum dos veículos): uma entrevista com o Wagner Moura. Ali, desenvolvo a sinopse melhor, sem precisar de spoilers. Acho que, inclusive pelo conteúdo da entrevista, você talvez possa ter uma melhor impressão sobre mim (e o que eu penso, que está bem transparente na conversa):

https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2019/09/02/wagner-moura-a-existencia-de-bolsonaro-e-uma-autorizacao-a-tudo-o-que-existe-de-ruim.htm?fbclid=IwAR361ljS7W_eMYBpVQiPVaWTL3lJpSfLpzFs4apKiq5DwaD6GxOFRN1DA-M

Um abraço,

Bruno Ghetti

Olá, Bruno Ghetti. Desculpe se fui ofensivo com você, mas o que está publicado no seu texto afirma que os agentes foram para Cuba lutar contra a Revolução. Nenhum leitor sabe que se tratava de uma tentativa de não dar um spoiler. Outro abraço.

Fernando Morais

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