Brasil

Como começou a terça-feira, 27

Começou com dois importantes jornais do mundo estampando a nova cara do Brasil. Florestas queimadas, uma nova versão de Vidas Secas.

Se a imagem do Brasil era a de um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, hoje é esta, estampada na primeira página do New York Times e do Wall Street Journal: Uma terra arrasada, com cara de terra sem dono.

Em Portugal, o Diário de Notícias, um dos principais jornais do país, chegou às bancas com a imagem de Bolsonaro na capa e uma manchete que nossos jornais pisam em ovos, mas não têm coragem de estampar:

“Da China à França: Bolsonaro declara guerra ao mundo”

No site do Le Monde, o espanto com a recusa de Bolsonaro em aceitar ajuda do G7.

O Libération circula hoje com uma edição especial sobre florestas.

Por aqui, a manchete da Folha é:

O jornal já informa que o governo brasileiro decidiu rejeitas a ajuda do G7 para a Amazônia, abrindo mão de 83 milhões de reais.

O Globo saiu com esta manchete:

Segundo o Globo, Bolsonaro quer parceria, mas com os americanos, que ele ama tanto.

No Estadão, não foi a manchete principal, apenas uma coisa mais discreta:

A manchete principal do Estadão é:

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, codinome “Botafogo”, ganha chamadas nas primeiras páginas, acusado de crimes de caixa 2 e corrupção. Basta pedir perdão pro ministro da Justiça, Sergio Moro, que tudo bem, como fez Onyx Lorenzoni.

Rodrigo Maia

Na primeira página do Estadão, vimos uma foto da Esplanada dos Ministérios às escuras, para economizar luz. Não estamos enxergando luz nem mesmo no fim do túnel.

Estado de S.Paulo

Na Folha, a foto é dos índios xikrins, do Pará, em pé de guerra depois de expulsar grileiros das suas terras.

Folha de S.Paulo

No Globo, o engarrafamento no caminho para o aeroporto do Galeão, já que o Santos Dummont está em obras.

O filme “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, premiado em Cannes, que estreia na quinta-feira, ganhou a capa do Segundo Caderno do Globo.

Na primeira página da Folha, a incerteza com Bolsonaro e Maia derruba mercados.

No interior do jornal dos Frias, quase uma página inteira para o apresentador do Caldeirão, Luciano Huck, que tem “um plano para a Amazônia”. Entenda como quiser.

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O colunista Merval Pereira, agora inimigo de Bolsonaro, não tocou na ofensiva de Bolsonaro contra ele, em sua coluna no Globo.

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O Jornal Nacional também ignorou os ataques do presidente da República, como se ele não existisse.

No Roda Vida de ontem à noite, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não se abateu com as perguntas dos entrevistadores, por mais contundentes que fossem. Tratava tudo com muita naturalidade, com paz e amor. Parecia um personagem do tipo “nada nesse mundo vai me abalar”

O crítico de televisão, Mauricio Stycer, do UOL, fez uma boa análise da performance do ministro no centro da roda viva.

Nossa charge de hoje é a do Laerte, na Folha.

E nossa capa beleza pura é a da New Yorker. O desenho do americano Kadir Nelson lembra nosso artesanato mineiro de Tiradentes.

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