Brasil

Como começou a terça-feira

Começou com a queda do número 2 da Receita Federal, na tentativa de estancar uma crise.

O nome dele é João Paulo Ramos fachada, mas, desconhecido do grande público, ganhou o nome de número 2 da Receita. Número 2 porque Zero 2 é o filho do presidente.

Na primeira página do Estadão:

Do Globo:

Na Folha:

Alguns destaques das primeiras páginas:

Estado de S.Paulo
O Globo

“Entre democracias, Brasil lideram concentração de renda” foi a manchete principal da Folha. O jornal diz: “A parcela de miseráveis no país despencou de 32% em 1994 para 8% em 2014, quando começou uma recessão”. O jornal fala da “renda per capita do trabalho dos supericos subiu 10,1%, enquanto o rendimento dos mais pobres registrou queda de 17,1%. O jornal não fala da interrupção da democracia plena, do fim de inúmeros programas sociais, de golpe, nada disso. A culpa é única e exclusivamente da crise.

A Folha lembra os 500 dias da prisão do ex-presidente Lula com um artigo assinado por Dilma Rousseff. “O resultado é vergonhoso: um inocente está preso e um neofascista despreparado está no poder.”

O colunista Merval Pereira, no Globo, recorreu ao dicionário de palavras mortas, para dizer onde o presidente Bolsonaro se situa na lei de abuso de autoridade, em discussão: Numa “sinuca de bico”.

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São Paulo que virou noite ontem à tarde, é destaque na primeira página do Estadão. É a Terra em transe.

Nosso planeta judiado e correndo risco, é destaque em várias partes do mundo. Na capa do britânico The Guardian, do espanhol El País, do sul-africano The Citizen e do alemão Süddeutsche Zeitung.

Nocaute vendo TV:

Ontem à noite, o Jornal Nacional, da Rede Globo, fez das tripas coração para igualar o pensamento do ex-presidente Lula ao do atual, Jair Bolsonaro. Colaram sonoras dos dois presidentes sobre a Amazônia. Enquanto Lula dizia que as decisões sobre o Brasil devem ser tomadas por brasileiros, Bolsonaro, grosseiramente, mandava a chanceler alemã Angela Merkel fazer bom proveito do dinheiro que foi supenso para o Brasil, quer dizer, “não precisamos disso ai”.

Os telespectadores do JN, aqueles que veneram o tal “mito”, devem ter gostado. Bem como o apresentador William Bonner, que tinha quase um sorriso no canto dos lábios.

No programa Roda Viva, da TV Cultura, assistimos uma entrevista com um cordeirinho chamado Alexandre Frota, expulso do PSL e agora star dos tucanos. Ninguém conseguiu derrubá-lo por sua truculência e falta de educação. Ele respondia como um bichinho de pelúcia, delicado, fino. Até mesmo quando disse que participou sim dos fake news na campanha de Bolsonaro. Frota era todo amor.

Quem saiu ganhando com a roda viva, foi o governador de São Paulo, João Doria, ex-bolsodoria, já atuando como opositor de Bolsonaro nas eleições de 2022.

via Gfycat

Voltando ao mundo, destacamos:

Numa curiosa capa, a Robinson, revista do jornal italiano La Repubblica, sugere ao mundo, tão maltratado e correndo risco, de construir uma nova Arca de Noé.

Nos jornais europeus, uma página promocional de solidariedade a Hong Kong.

Ainda nos jornais estrangeiros, a censura a um dos maiores artistas gráficos da atualidade: Art Spielgman. Autor de Maus, vencedor do prêmio Pulitzer de 1992, teve vetado um texto que estaria na apresentação do livro “Marvel: The Golden Age 1939-1949”, uma coleção que aborda do Capitão América ao Tocha Humana. No texto vetado, Spieldman fazia criticas a Donald Trump, o presidente trapalhão dos americanos.

E pra terminar, o cartum da Laerte, na Folha. Qualquer semelhança entre o flautista de Hamelim e o nosso Bozo, é mera coincidência.

Laerte

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