Brasil

Como começou a terça feira

Começou com um terremoto, um negócio da China. A desvalorização do yuan mexeu com as bolsas e as manchetes dos principais jornais do mundo.

No Brasil, só a Folha de S.Paulo entrou no assunto como manchete de primeira página:

Folha de S.Paulo

A guerra China X Estados Unidos está apenas começando.

O Estadão partiu pra outra guerra, a do governo de direita de Bolsonaro X governadores de esquerda do Nordeste. Na manchete:

Estado de S.Paulo

Lembrando que foi o Estadão que deu a manchete dizendo que o governo designou apenas 2,2% de empréstimo para os estados do Nordeste.

No Globo, é guerra de tiro mesmo. Na manchete principal:

O Globo

A briga EUA-China, obviamente, mereceu chamadas nas primeiras páginas do Globo e do Estadão.

No Globo, uma chamada que, para quem lê apenas o título do jornal dependurado na banca, pode confundir: “Frota em defesa da Mulher”. Confesso que achei se tratar do deputado Alexandre Frota e me espantei com a manchete. Mas não, trata-se de frota da Patrulha Maria da Penha, voltada para o atendimento da mulher, que vai começar a funcionar.

A enorme foto em preto e branco da série “Desigualdade Global” e a capa dupla da Ilustrada, na Folha, todas em preto e branco, deram uma certa nostalgia, saudade do jornal em preto e branco.

A declaração do governador paulista João Doria de que os chineses querem despoluir o Rio Tietê nos fez lembrar de uma manchete de 2004, do Portal do Governo:

O colunista imortal de O Globo, Merval Pereira, gasta todo o seu espaço (1/3 de página) para criticar o ex-presidente Lula e sua relação com o meio-ambiente. A floresta amazônica desaparecendo, quem sabe, não é culpa do Lula?

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Na telinha:
Os primeiros quinze minutos do Jornal Nacional de ontem, mais pareciam o Globo Rural. Notícias políticas só vieram mais pro fim, perto da novela A Dona do Pedaço.

Na estreia do novo Roda Viva (abertura, música, cenário e a apresentadora, Daniela Lima), o entrevistado foi Fernando Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), aquele cujo pai, Bolsonaro diz saber como ele desapareceu durante a ditadura militar. Santa Cruz não deixou nenhuma pergunta sem resposta, inclusive da jornalista Vera Magalhães, sempre mal-humorada, principalmente quando a entrevista não é com alguém de direita.

Leda Nagle, com o seu programa no Youtube, depois de entrevistar Marco Feliciano, Flavio Bolsonaro e Lobão, entrevistou o Bolsonaro pai. Começou o programa dizendo: “Estou me achando!” E estava mesmo. Babou ovo para o presidente do início ao fim. Ela estava feliz da vida, aparentemente ao lado do presidente que ela ajudou a eleger.

Do Twitter, pescamos:

Pelo mundo, o embate China-EUA, claro, na primeira página do New York Times e também numa divertida primeira página do jornal argentino Página 12. “Um conto chinês”, diz a manchete. A guerra entre as duas potências fez tremer a Argentina.

Chico Buarque premiado, na capa do Jornal de Letras, de Portugal.

E pra encerrar com elegância, a capa da britânica The Gourmand.

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