Brasil

Como começou a quinta feira

O dia amanheceu com o ministro Sergio Moro sendo Sergio Moro. Sem investigação, ele já ligou os hackers de Araraquara ao site que vem divulgando seus diálogos.

Da mesma maneira que colocou na cabeça que o apartamento do Guarujá e o sítio de Atibaia eram de Lula, e foi adiante com a sua convicção, o ministro da Justiça agora colocou na cabeça que foram os hackers de Araraquara que passaram as informações pro site que vem revelando suas conversas sobre a Lava Jato.

diz a manchete principal da Folha de S.Paulo.
brada O Estado de S.Paulo.
afirma O Globo.
é a manchete da primeira página do Correio Braziliense.

Não há detalhes de nada. Apenas “disseram que”, “confessaram que”, afirmaram que”. Os hackers de Araraquara foram transferidos para Brasília porque lá ficam mais à vontade para “depor”.

Na página A4 da Folha:

Na primeira página da Folha, o advogado de Flávio Bolsonaro defende o seu cliente:

Os principais jornais do país deixaram de lado o desmonte do país para centrar fogo no assunto mais apetitoso para eles: Os hackers de Araraquara.

Num quadradinho da página A2 da Folha, Bruno Boghossian afirma: “O ministro tenta se desviar das revelações que lançaram questionamentos sobre sua atuação como juiz. Essas perguntas também precisam de explicações”.

Na Ilustrada, a colunista Mônica Bergamo diz: “A prisão dos acusados de hackear os telefones de Sergio Moro e de outras autoridades não alterou a opinião de magistrados do STF sobre a atuação do ex-juiz na Lava Jato. A corte segue dividida”.

Os outros jornais, praticamente não se interessam mais pelo conteúdo dos vazamentos.

O imortal Merval Pereira, no Globo, está doidinho pra saber “quem está por trás do hackeamento”, torcendo pra ser o PT.

Sócio oculto

Merval Pereira Se alguém pagou aos hackers pelo serviço, é preciso localizá-lo e saber qual sua intenção. Se essa pessoa repassou as informações sobre a Lava Jato para o site Intercept Brasil, os editores não têm nada a ver com os crimes cometidos, e cumpriram sua função jornalística protegida pela Constituição.

Carlos Alberto Sardenberg, a velhinha de Taubaté, na página seguinte do mesmo jornal, garante: “É inegável que as expectativas melhoraram. Há coisas importantes acontecendo na economia real”

Expectativa melhora. De novo

Carlos Alberto Sardenberg É inegável que as expectativas melhoraram. E não constituem falso otimismo. Há coisas importantes acontecendo na economia real. Os juros estão caindo. A taxa básica, a Selic, calibrada pelo Banco Central, deve chegar ao final deste ano na casa dos 5%, que será a mais baixa de era do Real.

Pelo mundo, a prestigiosa revista semanal de informação inglesa New Statesman saiu com uma capa contundente: “A vergonha da Nação”. Lá, a vergonha chama-se Boris Johnson, o novo primeiro-ministro. No Brasil, tem outro nome.

Registramos aqui esses detalhes que gostamos de descobrir. A capa da revista Time Out New York e a capa da revista espanhola Tapas, no frigir dos ovos, são bem parecidas.

O cartum do Duke, no jornal mineiro Em Tempo, coincide com a estreia no Nocaute do colunista Carlos Alberto Dória, que vai falar semanalmente do veneno que estão colocando no nosso prato de cada dia.

Duke

Tarja Preta: “O Brasil se tornou um quintal da indústria de agrotóxicos”.

Em sua coluna semanal Carlos Alberto Dória vai tratar de temas ligados à ofensiva do uso de agrotóxicos nos últimos anos no Brasil. Desde 2016, a Anvisa não analisa mais o índice de venenos nos alimentos. No entanto, pesquisas acadêmicas apontam dados assustadores.

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